Faleceu no dia 8 de Março Francisco Armando Fernandes, no Hospital Dr. Manoel Constâncio, em Abrantes, onde se encontrava internado. O homem, de 78 anos, era cronista do abarca desde Junho de 2012.
Armando Fernandes, como assinava, nasceu a 6 de Maio de 1945 em Bragança, mas residia há muitos anos em Rio de Moinhos. O corpo foi a enterrar em Lagarelhos, concelho de Vinhais, no distrito onde nasceu.
Licenciou-se em História pela Universidade Clássica de Lisboa, e fez também o Curso Superior de Bibliotecário-Arquivista na Universidade de Coimbra e era Mestre em Estudos Portugueses pela Universidade Nova de Lisboa. Destaca-se a sua passagem pela Fundação Calouste Gulbenkian, onde trabalhou como consultor cultural, e exercia funções de investigador na área da História da Alimentação, Costumes e Usanças Alimentares. As suas crónicas no abarca eram, invariavelmente, relacionadas com gastronomia.
Em 2014 venceu o Prémio Internacional de Literatura Gastronómica com o livro “À Mesa em Mação – Carta Gastronómica”.
Armando Fernandes teve, também, um percurso político na fundação do Partido Renovador Democrático, em 1985, sendo próximo do fundador Hermínio Martinho e tendo privado com Ramalho Eanes, a figura mais prominente do partido. Foi deputado na Assembleia da República, pelo PNR, entre 1985 e 1991. Em 2000, aderiu ao Partido Social Democrata.
O jornal abarca preparava, inclusive, um trabalho sobre a relação familiar entre Armando Fernandes e Manuel Buíça, co-autor do regicídio de 1 de Fevereiro de 1908. Armando era neto de um segundo primo de Buíça.
À família enlutada e todos os amigos o Abarca presta as suas mais sentidas condolências.