No âmbito do Programa “Crescer 2024”, um fundo disponibilizado pela Federação Portuguesa de Futebol para a melhoria das infraestruturas desportivas dos clubes, num processo mediado pelas associações de futebol distritais e regionais, vários foram os milhões de euros distribuídos com o propósito de criar e melhorar as condições para a prática do futebol, futsal e futebol de praia e desafiar o aumento do número de praticantes/atelas federados.
Tendo plena consciência da importância deste tipo de financiamento para os clubes nacionais, também as associações de futebol do nosso país não deixaram de estar ao seu lado num processo algo burocrático mas cujos benefícios superavam largamente quaisquer tipo de constrangimentos que tinham de ser ultrapassados para a concretização das candidaturas ao mencionado “Crescer 2024”.
E convém lembrar tudo aquilo que foram as consequências negativas provocadas pela pandemia Covid-19, que levou mesmo a suspender toda a atividade desportiva, facto que, quer queiramos, quer não, levou ao abandono de um número considerável de jovens em termos daquilo que era a sua prática desportiva, logo, no número de atletas federados. Uma realidade que não se cingiu apenas ao futebol, como a todas as modalidades desportivas.
Desde a melhoria de campos relvados sintéticos, sua substituição, melhoramento de sistemas de iluminação, requalificação de balneários, quer em campos de futebol como em pavilhões, diversos foram os destinos a dar às verbas cujas candidaturas mereceram a anuência da Federação Portuguesa de Futebol.
Porventura, este não será o derradeiro apoio que os clubes irão ter acesso para o fim em causa, seja através da FPF ou de qualquer entidade governamental. Porque é imperioso que, quem de direito, mostre a sua sensibilidade para uma área deveras importante para os clubes, os quais, como não me canso de referir, se substituem ao Estado numa função cuja responsabilidade também lhe está acometida.
Não fosse a resiliência que os dirigentes dos clubes têm evidenciado, em particular num passado mais recente marcado por enormes contrariedades, estou certo de que muito daquilo que é o fenómeno desportivo de base estaria em clara decadência.
E sustentado no atrás referido, não podia deixar de manifestar os meus parabéns, tanto ao Clube Desportivo e Recreativo de Alferrarede “”Os Dragões” e à Liga Regional de Melhoramentos de Ortiga por terem tido o arrojo e acima de tudo a capacidade de ver o seu nome incluído na lista de clubes contemplados com a atribuição de verbas provenientes do “Crescer 2024”. Estranho, no entanto, que apenas dois dos clubes da região se tenham proposto a este programa, já que outros, certamente, terão igualmente carências ao nível daquilo que era objeto do mesmo. Porque estar sempre à sombra da bananeira, leia-se autarquias, para resolverem os seus problemas, não me parece o caminho mais correto. Ainda para mais quando existem este tipo de apoios.
Dois clubes apenas parece-me muito pouco “Crescer” para um tecido associativo tão significativo. Ou não!