Arnaldo Santos, presidente da Mesa da Assembleia Geral dos Bombeiros Voluntários Torrejanos, convocou uma reunião para o dia 17 de Fevereiro, a partir das 20.00h, na sede da instituição, com dois pontos em discussão: 1) “Situação do corpo de Bombeiros e seu comandante”; 2) “Votação da destituição da Direcção”. Esta é a primeira tomada de posição de Arnaldo Santos após a polémica que tem incendiado Torres Novas e que opõe a direcção dos Bombeiros Voluntários Torrejanos, liderada por Nuno Cruz, e o comandante José Carlos Pereira.
A 14 de Janeiro a direcção decidiu suspender de funções o comandante por atitude “negligente”, “obstrução às orientações” da direção, “conflitualidade”, “abandono de funções para parte incerta sem nomear substituto” e “oposição a todas as mudanças” definidas pela direção, atribuindo-lhe ainda responsabilidade na “desmotivação e desunião do corpo de bombeiros”. A título de exemplo, o comunicado assinado por Nuno Cruz, relatava o “facto de, em agosto último, na pior e mais gravosa época de incêndios do ano (...) se ter ausentado para parte incerta por um período superior a duas semanas, deixando o corpo de bombeiros que comanda sem comandante (...) constituindo um facto negligente e inaceitável”.
Esta decisão apanhou de surpresa a comunidade torrejana que, em solidariedade com José Carlos Pereira, exigiu esclarecimentos. A 23 de Janeiro a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Torrejanos promoveu uma sessão para responder às dúvidas da população, que continuou insatisfeita com as justificações prestadas.
Dois dias depois, a 25 de Janeiro, os comandantes das corporações de bombeiros do distrito de Santarém, e também os de Azambuja e Alcoentre, num total de 29 signatários, assinaram um manifesto de solidariedade com o Comandante José Carlos Pereira. Nele os comandantes manifestam “publicamente o reconhecimento ao Comandante José Carlos Sénica Pereira como pessoa humanamente responsável, integro, competente e honesto, técnica e operacionalmente muito bem formado e preparado, disponível e sempre presente nas operações, exercícios ou outros eventos, mostrando compreensão e conhecimento nas suas intervenções ou representações” deixando “um abraço forte, leal e solidário pela sua postura e compromisso operacional”. Esta tomada de posição teve como consequência o aumento dos protestos da população torrejana. Desta feita Arnaldo Santos decidiu intervir e convocar uma Assembleia Geral que pode terminar com a destituição da direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Torrejanos.
O comandante José Carlos Pereira tem permanecido em silêncio sobre o assunto.