Kamala sobe hoje [22.08] ao palco. Ou como diz Trump , a “esquerdista radical”.
Não será o seu “dia D”, pois esse está reservado para o dia da eleição, mas é, sobejamente, importante. Será o seu primeiro discurso na qualidade de candidata ao cargo de Presidente dos Estados Unidos da América, em contexto de Convenção dos Democratas.
Hoje tudo será diferente naquela enorme sala, repleta de gente, bandeiras, pompons, papelotes, laçarotes e toda uma parafernália de enfeites e acenos à boa maneira americana. Uma festa!
Como diriam os nossos comentadores políticos, os democratas iniciam hoje um ciclo novo com uma narrativa nova.
Sim. Kamala Harris pode fazer história. E fazer história nos USA tem mais sabor do que na nossa Europa. Primeiro, porque o voto de cada americano é muito condicionado pelo estado a que pertence, ou seja, pesam as suas crenças, valores, vivências e estas diferem de estado para estado de forma assustadora.
Ora temos estados inovadores, sem preconceitos, abertos às novas realidades sociais e familiares, ora temos estados conservadores, quase a roçar a tacanhez, preconceituosos e discriminatórios. Esta ambiguidade pesa imenso no voto.
Nova York não é Massachusetts e Massachusetts não é o Texas.
A cidade que não dorme, não é o condado de Suffolk no Massachusetts e a sua prestigiada Cambridge e os homens do chapéu à cowboy representam o estado que tem mais armas por metro quadrado.
Kamala ser eleita não significava só o facto de o orgulho americano preconceituoso ter que “engolir” no seu comando uma mulher. Uma mulher republicana e negra não cabe na mentalidade americana. O que fariam desta vez? Minha sugestão: pedir a alguém que realizasse um filme com o título “Pior é Impossível”, já que têm um semelhante.
Já sabemos que na política vale tudo, sobretudo mentir. É um critério universal e aceite. Daí, o homem do cabelo laranja-amarelo usar como argumentos(?) contra a “Czarina da fronteira” - a propósito da imigração/muro com o México - as mentiras seguintes: que as poupanças de anos dos americanos vão desaparecer; que milhões de empregos vão desaparecer subitamente e que todos os estrangeiros vão entrar no país, sem controlo e conduzir ao aumento da criminalidade. Apresenta, ainda, como grande trunfo, que com um simples telefonema termina com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
Perante tanta verdade, no qual votava?
Vossa mercê talvez não, porque é inteligente, mas olhe que por cá também há votos num rapazote que apoia este senior.
Boa sorte, Kamala.