Escrevo no dia 18 de Setembro com o Centro e Norte de Portugal em chamas.

É um cenário anual, mais ou menos intenso, no período do Verão. O calor e a falta de humidade, a que se juntam descuidos e até malvadez humana, originam esta calamidade que, além do património florestal, leva vidas humanas!

Não há meios humanos, nem equipamento que possam parar a propagação das chamas em solos florestais cobertos de matéria inflamável e onde o forte vento vai dando a sua ajuda às imagens dantescas que vamos vendo nos meios audiovisuais. Até quando?

Também, há poucos dias, fomos surpreendidos pela fuga de prisioneiros de uma cadeia de “alta segurança”. Fuga com, ao que se diz, longo tempo de planeamento, com ajudas exteriores e levada a efeito com todo o rigor do planeado. Ao que por aí também se vai dizendo é que há prisioneiros a mais e guardas prisionais a menos! Será?

Numa escola uma criança de pouco mais de dez anos veste um colete anti-bala, pega numa faca, vai para a escola e ataca os (as) colegas ferindo-os com gravidade! E ninguém deu por nada! Só depois do ataque é que se dá pelo “crime”. É normal um aluno com o calor que tem feito ir para a escola com um colete anti-bala? Era aluno dito normal? Não mostrava quaisquer sintomas de stress, de descontrolo emocional, nas aulas era bem-comportado, tinha bom aproveitamento? E junto dos colegas brincava com eles, isolava-se, era bom amigo? Todas estas questões exigem resposta para tenhamos confiança na escola, seja ela qual for, para que os pais possam deixar os filhos e as filhas entregues a terceiros num estabelecimento de ensino onde a paz e o sossego sejam valores importantes. Sabemos pela imprensa e pelo que vamos observando que há muitas dificuldades no sistema de ensino, falta de professores, professores exaustos com exigências burocráticas ministeriais e com a deseducação de muitos jovens de hoje, falta de auxiliares, falta de motivação de todos os agentes de ensino motivada pela degradação a que tem sido sujeita a missão de ensinar. Há alguns anos a escola só ensinava, agora também tem de educar! Onde para a família? Vamos continuar assim?

A saúde está doente. Não por falta de quem a trate, mas tão somente por quem trata não estar no lugar certo à hora certa. Médicos e enfermeiros dizem-nos que há em número suficiente, a questão parece ser do sistema. O que vou constatando é que o número de pessoas sem médico de família, sobretudo no interior, vai aumentando sem se avistar solução. Há mais de dois anos que também não tenho médico de família, pelo que só me resta recorrer ao privado e receber uma ninharia do sistema de saúde para o qual desconto todos os meses e há muitos anos! Talvez quando o sistema me atribuir médico já dele não precise, por ter passado para o estado de saúde absoluta! Será o sistema que entende que quem nasceu no décimo primeiro mês do último ano da quarta década do século passado já cá não devia andar?! Será Possível?

Há quem considere que a Justiça é Injusta! Penas muito suaves ou muito duras, processos que demoram anos a terminar, processos que prescrevem pelos “obstáculos” que são levantados (por quem tem dinheiro) com a ajuda dos códigos de justiça, investigações que demoram anos, ia a dizer dezenas de anos, mas arrependi-me, apesar dos meios envolvidos, sei lá se ando a ser escutado, seguido, investigado! Pode ser?!

E que dizer da política e dos políticos?

Pouca preocupação com a política da melhoria de vida dos cidadãos e muita preocupação com o “partido”! Será que vai haver eleições proximamente? O adversário político nunca faz melhor do que nós, há que destrui-lo para que possamos reinar! Não é assim? Provem-no!