Trinta e dois anos depois da assinatura do Tratado de Exploração Pacífica do Espaço, em 10 de outubro de 1967, as preocupações com o não cumprimento por parte de alguns estados membros que o haviam assinado, levou a que a ONU (Organização das Nações Unidas) promovesse um conjunto de iniciativas que funcionassem como alertas para a comunidade internacional. Uma delas foi a proclamação (em 1999) da “Semana Mundial do Espaço” constituída (anualmente) pelos dias entre 4 e 10 de outubro, período em que – em todo o mundo – teriam lugar palestras, publicação de livros, artigos, filmes e debates, que facilitassem a compreensão de riscos associados à utilização do espaço com finalidades bélicas e, simultaneamente, evidenciar como fora da atmosfera terrestre poderiam orbitar equipamentos diversos com capacidades de melhorarem a vida dos habitantes do nosso planeta, em particular os de regiões mais desfavorecidas.
Com início no dia em que se comemora o lançamento do primeiro satélite artificial da Terra (o Sputnik 1 – 4 de outubro de 1957) e final na data comemorativa de 10 de outubro de 1967, a “semana” tem permitido abordar preocupações com o uso militar do espaço, mas também apreciar questões científicas diretamente relacionadas com a vida quotidiana. Vivemos envolvidos numa teia de milhares de satélites artificiais que facilitam as comunicações com pessoas e organizações em qualquer parte do mundo ou que nos permitem ter ideia de como serão as condições meteorológicas amanhã ou daqui a cinco ou seis dias. Detetamos e controlamos pragas e doenças em regiões agrícolas ou florestas e identificamos a existência de incêndios ou de inundações em regiões tão distantes de zonas habitadas que – sem estes recursos – durariam semanas e meses, acumulando os seus efeitos, sem que fossem tomadas medidas de combate ou de prevenção de ocorrências muito graves. Temos ao nosso alcance meios para registar e guardar imagens que, mais tarde, comparadas com outras obtidas meses ou anos depois, evidenciam o assoreamento de leitos de rios, a subida do nível das águas dos oceanos ou – em regiões onde é grave a escassez de água e mais rápido o agravamento de secas – são notórias as diminuições de reservas em lagos e dos caudais de correntes dos rios, bem como vão desaparecendo produções agrícolas e zonas arborizadas.
Todos os anos cresce o número de países e de atividades desenvolvidas, muitas delas dedicadas especialmente às pessoas mais novas com o intuito de sensibilizar – a partir dos primeiros anos de escola – para as preocupações com as consequências (para a humanidade em geral) das alterações climáticas. Adaptam-se programas e iniciativas que ajudem a compreender como observar as realidades diversas e refletir sobre os conhecimentos, técnicas e tecnologias que poderemos utilizar para atenuar o ritmo de degradação em curso e, posteriormente, como reverter a gravidade de efeitos altamente nocivos para a continuidade de vida sobre a Terra.
Existem organizações que promovem a publicação – em particular nas redes sociais – de sugestões para atividades, umas adequadas aos cidadãos em geral, outras orientadas para alunos de escolas de níveis diversos. Neste último caso, são mesmo disponibilizados recursos didáticos que facilitam o trabalho que os professores se disponham a desenvolver com os seus alunos, como os que podem encontrar-se em www.spaceweek.org, um Guia de Atividades para Professores, mas facilmente realizáveis em coletividades ou em casa, em participações conjuntas de estudantes e seus familiares.