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15 DEZ 2024
TORRES NOVAS | Maria João Carvalho apresentou "Os Pavões do Campo de Santana"
Por Jornal Abarca
Margarida Trincão, Maria João Carvalho, Carolina Nery e António Vieira da Silva
Margarida Trincão, Maria João Carvalho, Carolina Nery e António Vieira da Silva

Maria João Carvalho, escritora, médica aposentada e cronista do abarca desde 2015, apresentou este sábado, dia 14 de Dezembro, na Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes, em Torres Novas, a sua mais recente obra “Os Pavões do Campo de Santana”.

Elvira Sequeira, vereadora da cultura da Câmara Municipal de Torres Novas, deu as boas-vindas aos presentes e referiu que esta apresentação se insere no projecto “Autores de Cá”, do município torrejano: “Sabem que têm aqui um espaço para fazer as vossas apresentações, esta casa é sempre vossa”.

A autarca disse ainda que Maria João Carvalho “é uma das nossas torrejanas queridas, pela sua interacção diferente cuidando de nós”, referindo-se à sua actividade como clínica, “e ainda tem a capacidade de usar as palavras para nos fazer sonhar”.

Margarida Teodora, directora da biblioteca, também interveio fazendo uma nota biográfica sobre a autora, referindo a premiação de obras como “Nero, o Cão”, “Edgar e o Canário”, “Jantei Ontem em Seattle” ou a obra poética “Champagne”.

De seguida a apresentação ficou a cargo de Margarida Trincão, directora do abarca, que lembrou uma amizade de décadas com a autora que começou com uma enfermidade da jornalista, então criança: “Estava doente, com varicela”, recorda. A amizade ficou e hoje “já não falamos em meses, nem tão pouco em anos, agora falamos em décadas”. E fez questão de separar as águas: “A amizade não influencia a verdade da escrita da Maria João. É uma escrita fluída, lexicalmente muito rica e leve, não superficial. A escrita é sucinta e os diálogos concisos e acintosos. Não usa frases inócuas e o palavrão é dispensável. Sabe como dizer em poucas palavras as coisas simples, ou seja, as mais difíceis de descrever”, sublinhou.

Sobre a obra Margarida Trincão começou por dizer que esta é “uma história igual a tantas outras, mas diferente de todas elas porque é única” e ler esta obra é “um exercício e um prazer”.

Terminou elogiando Carolina, “a menina bonita aqui ao lado”, neta de Maria João e autora da aguarela que deu origem à capa da obra.

Por seu turno, António Viera da Silva, representante da Editora Vieira da Silva, que publicou a obra, interveio de forma rápida agradecendo aos presentes e, também, felicitando Carolina pela “bela pintura que deu capa ao livro.

 

“É o último livro que apresento”
Maria João Carvalho, autora da obra, foi, como assim é habitualmente, a última a falar.

Fez o reparo de que este “não é um romance histórico porque não tenho habilitações para isso”, mas que a família de Paulina, a personagem central, “é influenciada por tudo o que se passa no século XX”.

A criação de Paulina surgiu “para escrever as crónicas para o Jornal Abarca” porque “no início do ano estava muito deprimida porque tinha descoberto que tinha envelhecido”, debatendo-se depois sobre uma realidade cada vez mais fracturante: “Um dia estava a ver uma série passada num lar e apareceu a seguinte frase: «Os velhos tornam-se invisíveis para a sociedade». O meu pai dizia que «Só existimos para os outros enquanto trabalhamos», e é verdade! Quando deixamos de trabalhar a sociedade esquece-se de nós”, lamenta.

Assim, “inventamos umas coisas, mas não deixamos de envelhecer. E pensei que Paulina me poderia ajudar, mas às vezes os personagens tornam-se independentes”. Por isso, “no início de Abril percebi que Paulina era uma figura diferente, e eu deixei-me levar”. Foi assim que nasceu um livro “que não era para ter escrito”. Paulina, aponta a autora, “é exactamente o contrário do que eu sou, mas a imaginação tem coisas muito estranhas”.

Maria João Carvalho revelou que este “foi o livro que maior prazer me deu escrever” e, a terminar, fez uma revelação que entristeceu a plateia, ainda esta se tenha mostrado pouco crédula: “Não vou deixar de escrever, mas este foi o último livro que apresentei”.

A terminar deixou um emotivo agradecimento “à minha neta que fez uma capa muito bonita, e que além de pintar faz poesia, que é uma coisa que me deixa muito orgulhosa. É uma artista!”, vincou.

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