Um conjunto de nove artesãs dos municípios do Entroncamento e de Vila Nova da Barquinha decidiram lançar uma campanha de angariação de fundos com o objectivo de criarem uma associação legal que defenda os interesses dos artesãos, concretamente destes dois municípios. Para firmar legalmente a Associação de Artesãos do Entroncamento e Vila Nova da Barquinha são necessários aproximadamente seiscentos euros, “dinheiro que não temos”, como referem em comunicado.
Assim, decidiram criar uma angariação de fundos online, através da plataforma PPL, com o nome “Pelas Mãos da Nossa Terra”. A iniciativa termina no dia 10 de Fevereiro e, até ao momento, a campanha recolheu 87€.
O dinheiro, descriminam, será para fazer face aos pagamentos do registo Associação na Hora (300,00€), o Certificado de Admissibilidade (75,00€) e a comissão à plataforma que terá um custo de 60,98€. O restante valor, que estimam em 164,04€ será para fazer face a “registos complementares ou taxas que possam surgir durante o processo formal da associação”, caso contrário “será usado para a divulgação da associação”.
As promotoras oferecem ainda várias recompensas: um agradecimento personalizado a quem contribuir com 5,00€ ou mais; um vídeo de agradecimento para quem doar 10,00€ ou mais; um desconto de 30% num produto criado por uma das artesãs a quem contribuir com 30,00€ ou mais; e um kit surpresa com 10 peças artesanais a quem doar mais de 50,00€.
Quem quiser contribuir poderá fazer a sua doação clicando aqui.
Defender as tradições
Em declarações ao abarca, Patrícia Vicente, 39 anos, declara que o objectivo da associação será o de “não deixar morrer as nossas tradições” com a realização de eventos, workshops e outras iniciativas que promovam o artesanato local.
A mulher, natural do Forte da Casa e a residir há seis anos no Entroncamento, acredita que é necessário “valorizar os artesãos, também porque há pessoas que vivem só disto e se não tiverem visibilidade é muito complicado sobreviver”, lamenta. Assim, a associação “defenderá os interesses da classe”.
O grupo defende que “ao longo dos anos, os artesãos da nossa cidade têm criado peças únicas que refletem a paixão, a criatividade e a alma da nossa região (...) feitas com dedicação e com o carinho de quem valoriza o que é genuíno”. Contudo, “para que o artesanato local ganhe a visibilidade e o apoio que merece, é fundamental dar um passo importante: a criação de uma associação de artesãos. Esta associação será a estrutura necessária para unir todos os que fazem do artesanato a sua paixão, dando-lhes voz e oferecendo-lhes oportunidades para crescer, ser reconhecido e fortalecer a nossa comunidade”.
As nove artesãs
O grupo de artesãs assume-se como “um pequeno grupo de mulheres unidas pela paixão pelo que fazemos e pela vontade de dar visibilidade ao artesanato do Entroncamento e arredores” e é composto por:
Patrícia Vicente - artesã de sabonetes decorativos e perfumados;
Cesarina Conceição - Cria peças em macramé, croché e costura criativa, como painéis, porta-chaves, pulseiras, gorros, malas, bolsas e muito mais. Reaproveita tecidos, como gangas e camisas, para criar novos artigos, além de reciclar toalhas e fazer vasos de cimento;
Purificação Veigas - Trabalha com patchwork, produzindo sacos, colchas, toalhas, almofadas e outros artigos repletos de detalhe e dedicação;
Jandira Figueira - Confecciona aventais, turbantes, sacos, colares e blusas, especialmente com tecidos africanos, que celebram a diversidade cultural;
Maria da Luz Costa - Cria peças sustentáveis, transformando jornais e revistas em artigos únicos e cheios de personalidade;
Eulália Fernandes - Produz velas artesanais decorativas, perfumadas e encantadoras;
Sara Anjos - Dedica-se à bijuteria artesanal, trazendo originalidade e estilo às suas criações;
Carla Mesquita - Faz artigos elaborados em crochê, feltro, tecidos e materiais reciclados;
Paula Reis - Faz bruxinhas e fadas em feltro e lâ entre outros trabalhos vibrantes.