A ascensão na Bemposta mobiliza a população desta freguesia abrantina. A quinta-feira da espiga nunca foi feriado oficial, mas ninguém trabalha naquele dia. É dia de festa

Desde há vários anos que a Festa da Ascensão é organizada pelas associações da freguesia. A junta dá o apoio logístico e os lucros revertem para associação a quem cabe organizar a festa. Este ano é a Associação de Solidariedade Social Pró-Cultura Professor Silva Leitão e os lucros destinam-se ao futuro lar de idosos. “Terreno já temos, mas projecto ainda não e depois é preciso candidatar-nos aos apoios da Segurança Social”, diz José Gomes, presidente da Associação.
Joaquim Varela é o organizador da festa. Uma de que se encarrega há muitos anos e que, mercê de grande organização se torna fácil: “Agora é fácil, temos os relatórios de todas as festas anteriores, com contactos, custos, receitas, tudo. É só pegar nos papéis e como há sempre gente para trabalhar faz-se bem”.
O maior problema é arranjar um bom cartaz, sem grandes custos. “Temos tudo calculado e não podemos exceder as verbas. Sabemos quanto é que rende o peditório, a quermesse, a publicidade e os consumos e calculamos. Nunca tivemos problemas e temos sempre arrecadado lucros”.
Este ano a cabeça de cartaz é a Adelaide Ferreira. Intérprete que já piso o palco da Ascensão da Bemposta, sempre com êxito. “ O grande concerto é no sábado, na sexta temos os Medley e o Zé do Pipo com música mais brejeira, para domingo contratamos a Ana Rita e à meia-noite acaba a festa”.
Novidade deste ano é o serviço diário de almoços e jantares. “Apostamos também nos almoços porque há sempre gente que quer vir almoçar à festa e como temos a cozinha toda remodelada, segundo as normas exigidas, podemos fazê-lo”.
Outras das novidades são entradas. Este ano a organização optou por entradas de dois e três euros, conforme os dias e oferecem em troca duas ou três bebidas: “Uma bebida um euro, seja ela qual for, pode ser uma água ou um whisky”, esclarece Joaquim Varela.
Apesar do grande concerto ser no sábado à noite, o grande dia é a Quinta-feira de Ascensão. A “estrondosa” alvorada acorda a população às 8h00 e uma hora depois a Filarmónica Sociedade Velha Riachense deu as boas festas à população, para de seguida a Associação do Grupo Zés Pereiras e musical “Os Divertidos” acompanham o peditório.
Às 15h00 é celebrada a Missa Solene seguida da Procissão em Honra de Nossa Senhora do Rosário.
E a festa pagã volta às 18h00, com a abertura da Quermesse. A Filarmónica Sociedade Velha Riachense volta a actuar e às 19h00 dá lugar à música de baile com Daniel Santos.
A grande noite de acordeão homenageia um das personalidades da Bemposta António Gomes, que durante anos foi o organista do grupo musical Eden. Acompanham-no, agora ao acordeão, Mário Coutinho e Andreia Sofia.

Baralho: A aldeia sem água

Baralho é uma pequena povoação da freguesia da Bemposta. São meia dúzia de habitações, onde ainda não chegou a água canalizada. Como não há nenhuma fonte, a solução é ir à sede da freguesia, ou abastecerem-se de furos ou poços próprios.
Francisco Bentes, presidente da junta de Freguesia, disse ao jornal Abarca que a Câmara de Abrantes se mostrou disponível para resolver a situação: "A obra não me parece ser muito cara e a água é um bem essencial".
Em pleno século XXI é quase inacreditável que no concelho de Abrantes haja uma aldeia sem água canalizada. Mas em termos de saneamento básico, a situação também não é famosa. Só a sede da freguesia dispõe desta infraestruturas. Nas restantes aldeias, há fossas sépticas.