À paisagem, ao recato de pequenos paraísos ou às grandes áreas a convidar a um fim-de-semana diferente, juntam-se os espaços museológicos.
Se inverter um pouco o sentido das férias – ficar de papo para o ar – e aproveitar o tempo livre para visitar locais, às vezes bem perto da residência, para os quais não consegue arranjar tempo, fique a saber que há bons motivos de interesse na região.
O Museu do Sagrado e do Profano em Mação estende a sua actividade por uma vasta área junto à ribeira de Ocreza. Um vale que merece uma visita. E é garantido que não tem que suportar longas horas de espera como acontecia para ver as figuras rupestres em Foz Coa.
A uma dimensão bem diferente, numa pequena aldeia de Vila de Rei gente da terra decidiu preservar o seu património e criou o “Museu das Aldeias”. Fica na Relva, um povoado de meia centena de habitantes, ao fundo de uma estrada estreita e sinuosa.
O museu é propriedade da família Nunes. Aniceto Nunes começou a coleccionar objectos antigos, um pouco por acaso. Foi juntando e quando se reformou decidiu voltar para a sua aldeia. Comprou um eléctrico, depois adquiriu outros, e num deles montou um restaurante. Ao fundo da propriedade havia uma casa velha em pedra, cheia de história. Foi pertença dos antigos capitães da Relva, chamam-lhe a “Casa Grande”. Aniceto Nunes com a ajuda da família, principalmente da filha Sónia, juntou os objectos que tinha adquirido ao longo dos anos e distribui-os por várias divisões, segundo as artes e os ofícios do mundo rural. Vale a pena
Mais para sul, no Gavião, na Quinta da Margalha foi criado o Museu dos Coches. Propriedade privada que pode ser visitada por quem quiser, embora não esteja “ainda” nas condições desejadas.
Em Ponte de Sor, foi recentemente inaugurada a Fundação António Prates. O artista plástico co-fundador do Centro Português de Serigrafia, quis doar à sua terra natal muito do seu espólio – obras de mais de 300 artistas - e a câmara adaptou a antiga Fábrica de Moagem e Descasque de Arroz a espaço museológico.
De regresso ao Ribatejo e já na Lezíria, o Museu Martins Correia, na Golegã, merece a paragem. Fica no Equuspolis e reúne a grande maioria da obra deste artista plástico, nascido na Golegã em 1910, onde faleceu em 1999.
Mas se opção for passar o máximo tempo ao ar livre e em espaço rural. Pernoite na Casa da Azinhaga, na Quinta de Miranda (ambas no concelho da Golegã) ou passe para além Tejo e pare na Chamusca. Passei pela vila de casas brancas, saboreei a boa comida e volte mais para o interior acompanhando o rio.