Onze castas, sete vinhos e apenas um monocasta. A estratégia é fazer a mistura de castas. Para além do mercado tradicional, produzem-se 200 mil garrafas por ano na adega da Quinta do Casal da Coelheira premiada com várias medalhas.
A adega da Quinta do Casal da Coelheira tem cerca de 65 anos. “Quando para cá viemos, em 1989, já era uma casa premiada, já aqui se fazia bom vinho”, declara Nuno Falcão, proprietário.
São 64 hectares de vinha, sendo, quase todos os anos, reconvertida uma parte. Nas castas brancas predomina a típica ribatejana fernão pires, para além da chardonnet e da arinto. Esta última é vindimada, este ano, pela primeira vez, mas só dentro de dois anos entra no lote do Casal da Coelheira. Nas castas tintas a grande aposta vai para as nacionais, nomeadamente, a touriga nacional e a touriga franca, para além da castelão, trincadeira, aragonez, alicante bouchet, cabernet souvignon e syrah.
O vinho comercializado é o “Terraços do Tejo”, branco e tinto, e o “Casal da Coelheira”, branco, tinto, chardonnet e reserva. Mas o topo de gama é o “Mythos”, “com qualidade reconhecida a nível nacional e internacional”, afirma Nuno Falcão. Na composição dos vinhos brancos predomina a casta fernão pires. Relativamente aos tintos, no “Terraços do Tejo” introduziu-se, pela primeira vez, o syrah e o aragonez, juntamente com o castelão. No “Casal da Coelheira” combina-se castelão, trincadeira, cabernet souvignon e alicante bouchet. O “Casal da Coelheira Reserva” é composto por alicante bouchet, touriga nacional, cabernet souvignon e trincadeira. No “Mythos” estão presentes as castas alicante bouchet, touriga nacional e cabernet souvignon. Este último, é o único que estagia, na sua totalidade, em madeira. Já no “Reserva” estagiam dois terços do vinho e no “Casal da Coelheira” apenas um terço.
A estratégia desta adega é fazer o blend, ou seja, misturar as castas. “Não só é mais fácil para o enólogo fazer um grande vinho com uma combinação de várias castas, como me parece também que o vinho consegue um pouco mais de carácter e tipicidade, no bom sentido”, explica Nuno Falcão. Segundo o proprietário e enólogo, com a combinação das diferentes castas consegue-se transmitir ao vinho as características da terra, do solo, do clima e das próprias castas. “Nos vinhos é importante a diversidade, o marcar pela diferença”. Deste modo, o “Casal da Coelheira Chardonnet” é o único varietal (monocasta), “mas é um vinho particular, com um carácter diferente, fermentado de uma forma diferente em madeira”.
Nuno Falcão certifica que a qualidade destes vinhos tem sido reconhecida e revela os últimos prémios que “são importantes para consolidar junto do consumidor esta imagem de qualidade”. Este ano, no Concurso de Londres, os vinhos foram galardoados com duas medalhas de bronze e em Paris obtiveram duas de prata. Em 2006 o “Mythos” conquistou duas medalhas de ouro, uma em Bordéus e outra em Paris.
O grande peso do mercado continua a ser nacional, embora se tenha triplicado, neste último ano, a cota no mercado internacional. Os preços variam entre os 2,50 euros a 12,50 euros. Anualmente, produzem-se nesta adega 200 mil garrafas, para além do mercado tradicional que se pretende manter, já que “permite um contacto muito próximo com o consumidor”.