Um novo loteamento e a construção de um espaço que inclui biblioteca, museu e parque de lazer, são alguns dos investimentos em curso na maior freguesia do concelho de Abrantes.
Fica no limite do concelho do Ribatejo e a paisagem alentejana começa a ganhar espaço na freguesia de Bemposta. O local é apetecível e reza a lenda que o topónimo deriva da sua localização.
A aposta de um novo loteamento para fixação de novos casais resulta da procura que a freguesia - a maior do concelho de Abrantes, ocupa cerca de um quarto deste território dividido em 19 freguesias – tem tido, segundo o presidente da junta Francisco Bentes.
Em termos populacionais, Bemposta conta com cerca de 2.400 habitantes e também aqui fica nos lugares cimeiros da tabela do município abrantina: “Somos a sexta autarquia do concelho com mais habitantes”. Mas muitos, por motivos familiares, profissionais, ou outros, trocaram a terra natal por outras localidades que lhe fossem mais favoráveis.
Voltam nas férias ou para participar na Festa da Ascensão. “Há muita gente que marca férias por essa altura. Para a Ascensão vem gente de todo o lado”, continua o autarca esclarecendo que o evento tem mais de três séculos.
Dantes o certame tinha outros contornos. Havia uma grande feira de gado e as cerimónias religiosas, com o passar dos anos “a festa foi-se modernizando” e hoje já ninguém vai comprar ou vender à gado pela Ascensão. Voltam à terra para ver amigos e familiares e participar na festa.
A freguesia de Bemposta remonta ao século XVI, mas não há certezas quanto à data da sua fundação. Sabe-se que era pertença do concelho de Abrantes e que em 1836 foi desanexada deste município para integrar o concelho de Ulme, que acabaria por ser extinto 19 anos depois e Bemposta voltou para Abrantes.
Composta pela localidades de Bemposta, Água Travessa, Baralho, Brunheirinho, Chaminé, Casal das Courelas, Estação, Foz, Telhado, Vale de Açor e Vale de Horta, a freguesia irá inaugurar em breve um novo equipamento cultural: uma biblioteca.
Um investimento da família do professor Silva Leitão entregue à junta de freguesia sem quaisquer ónus. Silva Leitão não era natural de Bemposta mas foi colocado na, então escola primária, e aí viveu o resto da vida, legando à freguesia alguns prédios rústicos e urbanos.
Um desses prédios foi sujeito a obras e é lá que irá ficar a biblioteca. “A junta só recebe a obra. Até o espólio é dado por uma das filhas do professor. Silva Leitão teve duas filhas, uma nunca casou a outra casou com um escritor, ficou viúva muito cedo e sem filhos. Grande parte do recheio da biblioteca é dado por essa senhora”, esclarece Francisco Bentes.
A futura biblioteca fica ao lado da antiga casa de habitação da família Silva Leitão que também foi doada à junta. “Pensamos instalar aí um museu etnográfico, em parceria com o Grupo Folclórico e Etnográfico de Bemposta”, adianta Francisco Bentes. E o projecto não acaba por aí. A intenção é fazer melhoramentos em toda a zona envolvente e ligá-la ao denominado parque infantil que, actualmente, de parque só tem o nome.