Viajou de São Félix da Marinha, Vila Nova de Gaia, para ver ao vivo as festas de Constância depois de ter visto a vila na televisão. Chegou sozinho e sozinho partiu de volta a casa mas levou muitas recordações
João Figueiredo passou pelo stand do ‘Jornal Abarca’ nas Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem e perguntou se podíamos publicar um agradecimento às pessoas da organização da festa. O agradecimento era extenso, muitas pessoas e muitos elogios. Num pequeno papel que publicitava uma imobiliária escreveu “quando parti de Constância fui todo baboso, por ter andado no barco da Câmara na procissão do rio”. Tentámos encontrar uma solução para o seu pedido, algo pouco usual, mas um anúncio no jornal ficava “muito caro”. “Queria só agradecer a amabilidade com que fui recebido”, disse-nos, e contou como ali havia chegado, o porquê e o que levava no peito da vila poema.
O reformado de 73 anos veio do “norte” para observar com os seus olhos as festas e a vila que a televisão lhe mostrara meses antes e tanto lhe aguçaram a curiosidade. Ligou para o posto de turismo da Câmara Municipal e o que poderia ser um tiro ao lado, como muitos outros, encontrou uma resposta. “Vim pela Dr. Helena Calhau Teixeira que foi formidável para mim”.
O roteiro foi completo, privilegiado. Viu as ruas, os rios, as flores. Viu, como todos os visitantes, a grande afluência de público que este ano visitou Constância como há alguns anos não se via. Viu a feira de artesanato e os stands das associações, colectividades e empresas. Esteve no anfiteatro a assistir às gravações do ‘Programa das Festas’ da RTP.
O que não viu, porque o cansaço lhe chegou cedo durante os dias da sua estada, foi o palco do Rio, novidade nesta edição das Festas, e os milhares de pessoas que, noite dentro, encheram o recinto durante os três dias de festejos. Experimentou sim a recepção calorosa dos habitantes de Constância e do concelho, numa viagem bem recheada pelos serviços que a vila oferece.
No diálogo que João Figueiredo manteve connosco os elogios eram interrompidos por breves momentos de conversa, não o contrário. “Agradeço ao Sr. Luís Gonçalves – Casa João Chagas – da residencial que é uma categoria a atender os hóspedes”. À esplanada ‘Pézinhos no Rio’, junto ao Tejo, deixou mais elogios e amizade, “o Sr. Márcio Medroa e seu pessoal receberam-me de forma fantástica”, e de elogios e agradecimentos não estamos ainda conversados. “Gostava de agradecer ao presidente Máximo Ferreira que teve a gentileza de me receber, à presidente da Associação Filarmónica Montalvense, à Sra. Isabel Frade e Paula Calado que me enviaram o programa e à fotógrafa Sónia Careca”. O prometido é devido Sr. Figueiredo.
Mais uma vez, como manda a tradição, cerca de 80 embarcações engalanaram-se e percorreram os rios que abraçam a vila poema. Com a presença das entidades oficiais, das quais se destacam os convidados António Lopes Soares, presidente da Câmara do Tarrafal de S. Nicolau, de Cabo Verde, e o presidente da Assembleia Municipal do mesmo município, Emanuel Almeida Spencer.
Num dos barcos estava João Figueiredo, que seguiu na embarcação com Máximo Ferreira e ainda o Bispo da Diocese de Portalegre e Castelo Branco, que como o presidente da câmara contou, foi um “extra, pois não estava previsto”, relembrando o elogioso visitante de São Félix da Marinha como um homem muito simpático e visivelmente maravilhado.
Máximo Ferreira faz um balanço muito positivo da edição 2011 das Festas do concelho, “este ano notou-se uma maior afluência de visitantes, para isso contribuiu o feriado do 25 de Abril, que permitiu a deslocação de pessoas da nossa região e de outras partes do país”. O presidente contou mesmo que “muitas pessoas disseram que não se lembravam de tantas pessoas como este ano”. O momento é de balanço e a edição 2012 ainda está longe mas nem por isso novas ideias estão na gaveta. “Temos a ideia de um palco junto ao rio, depende de financiamento. Queremos desanuviar o centro histórico”. A nova iniciativa que este ano se mostrou nas festas, o Tejo Radical, “vai financiar alguma da actividade cultural”, deixando a garantia de que, apesar de consciente da necessidade de rigor orçamental, “no próximo ano haverá um investimento superior, mas neste momento há cautela”.
Voltemos ao visitante do ‘norte’. “Gostei das tigeladas, dos queijinhos do céu – levo alguns para as minhas duas netas – e as ruas, uma maravilha, até pedi a uma senhora que vende candeeiros de papel para levar um e a senhora deu-me três ou quatro!”. De Constância levou muito e nem a subida à Igreja Matriz, no alto da vila, lhe fez esmorecer o espírito, “as igrejas são lindíssimas, uma pequena junto à residencial e a outra lá em cima… Cheguei cansado, mas valeu a pena, que linda vista”, “e o jardim do Camões estava bem bonito”.
Vá lá Sr. João Figueiredo, para o ano há mais, o stand do ‘Abarca’ lá estará novamente, bem como os das colectividades, a música, a fé, a gastronomia, a hospitalidade, as flores, “Constância muito limpa”, e a subida que o deixou cansado mas que valeu a pena. “Vou embora de Constância todo babado, com amizade, sempre”. E para o ano? “Vou marcar!”.