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18 JUN 2013
Greve Geral a 27 de Junho
Por Jornal Abarca

A CGTP União de Sindicatos de Santarém promoveu, hoje, dia 18 de junho, várias conferências de imprensa no âmbito da Greve Geral convocada pela CGTP-IN para o dia 27 de Junho.

 

O porquê desta Greve Geral

Hoje e passado dois anos da tomada de posse do governo PSD/CDS o País e os trabalhadores vivem uma verdadeira crónica do desastre anunciado.

Tal como a CGTP denunciou e alertou, a politica deste governo levou-nos até um ponto onde a austeridade não tem fim, o défice e a divida não param de aumentar, o desemprego atinge 1,5 milhões de trabalhadores com tendência a subir, pois o ritmo de falências não abranda.

Hoje Portugal é um dos Países mais pobres da União Europeia e as desigualdades económicas e sociais acentuam-se.

Hoje e passados dois anos de governo PSD/CDS há mais crianças a ir para a escola com fome, há mais pais com salários em atraso, há mais trabalhadores a viver na miséria.

Esta é uma realidade com que nós contactamos no nosso quotidiano e essa é a mais importante, no entanto os números também não enganam.

O ministro das finanças bem tenta criar manobras ilusionistas mas já não consegue esconder mais o desastre em que se tornou a politica deste governo.

Em Dezembro dizia ao País que a recessão em 2013 seria de -1%, em Fevereiro já dizia que seria -2%, concluindo finalmente o INE por divulgar que a actividade económica no 1.º trimestre caiu 4%.

Há mais de 30 anos que não se observava uma recessão económica tão intensa no País, situação que a continuar este governo no poder só irá piorar.

Para estes números contribuem fortemente dois factores: a quebra do poder de compra e o desemprego.

Relativamente ao poder de compra, hoje ninguém tem já coragem de questionar a necessidade de aumentar salários e reformas para melhorar o poder de compra e dinamizar a economia. Ninguem à excepção do governo e dos grandes grupos que beneficiam com a crise, em primeiro lugar por terem um exercito de desempregados à sua disposição, em segundo porque preferem continuar com baixos salários para que os seus lucros continuem intocáveis e em terceiro porque assim mesmo quando sobra mais mês do que dinheiro com maior facilidade as pessoas recorrerão às grandes superfícies de forma a conseguir preços mais baixos.

Só nos primeiros nove meses de 2012 comparado com o mesmo período de 2011 o peso dos salários caiu 6%, sendo os trabalhadores da função pública os mais afectados tendo os seus salários caído 5% em 2011 e 12% em 2012.

Quanto ao desemprego, não há memória de alguma vez ter estado tão elevado. Desde a entrada deste governo em funções foram destruídos 101 mil empregos.

No distrito de Santarém, no final do passado mês de Abril existiam mais de 31.628 desempregados, sendo que o concelho com maior número de desempregados registados era o de Santarém com 4333 desempregados, seguido de Abrantes com 3543 desempregados, Tomar com 2923 desempregados e a sul Benavente com 2463 trabalhadores desempregados registados.

São cada vez mais os que deixam Portugal rumo a outro país que não lhes negue um emprego e um salário digno para si e para a sua família. São 250 mil novos emigrantes sendo que grande parte são jovem com habilitações ao nível superior.

E não admira pois a taxa de risco de miséria em Portugal é já de 25%.

Está definitivamente à vista de todos que esta politica não resolve os problemas do País, agrava-os, só com um combate ao desemprego e com uma melhoria dos rendimentos é possível dar a volta por cima.

Só quando o desemprego for reduzido e quando os trabalhadores e reformados tiverem mais dinheiro no bolso para poder consumir, a economia vai ser redinamizada.

Este é o cenário terrivel em que nos encontramos e para nós, para a CGTP a situação é verdadeiramente insustentável e é necessário exigir a demissão do governo.

Não podemos continuar a empobrecer e não podemos permitir que PSD/CDS destruam as nossas vidas e o futuro das próximas gerações.

Este é o motivo da convocação da Greve Geral de dia 27 de Junho. Uma Greve Geral onde todos os que estão descontentes com o empobrecimento constante e com a austeridade possam participar e reclamar a imediata demissão do governo.

A Greve Geral é para todos e ninguém deve ficar de fora. Hoje todos temos motivos para estar descontentes, sejam trabalhadores do sector público, do sector privado ou reformados.

Todos estamos a ser atacados de igual forma.

É importante não esquecer que são muitos os milhares de trabalhadores que hoje no final do mês levam para casa menos vencimento devido às alterações ao código do trabalho que cortaram no pagamento do trabalho extraordinário, muitos milhares de trabalhadores trabalham hoje sem ver contabilizado mais qualquer ano para a sua compensação em caso de despedimento ou nos casos em que ainda acumularem a indeminização será mais curta, muitos são aqueles que estão desempregados e que lhe foi cortado parcialmente ou totalmente o subsidio de desemprego e muitos são aqueles que sofrem com o não aumento do salário mínimo tal como estaria acordado em concertação social e PSD/CDS não cumpriram.

Para além disto muitas são as famílias que lhe foi retirado o abono de família e que hoje vivem pior pois o aumento do IMI, do IVA, do IRS e do custo de vida em geral não perdoam.

No caso dos trabalhadores da administração pública e como se não bastasse os anos sucessivos de congelamento de salários, o governo pretende agora empurrar para o desemprego milhares de trabalhadores, aumentar o horário de trabalho e de forma vingativa desrespeita o tribunal constitucional e continua a reter os subsídios de Natal e de férias aos trabalhadores.

Não podemos por isso deixar de saudar os professores do distrito e o SPGL que fase à ofensiva do governo, não cederam e que corajosamente tem aderido às greves do seu sectores, sendo de salientar que muitas escolas as adesões foram de 100% como é o caso da Escola Secundaria Dr. Ginestal Machado em Santarém e da EB Gualdino País em Tomar com também 100% de adesão à greve às avaliações. 

Todos temos razões para estar fartos deste governo e ainda mais razões temos para lutar para derrotar este governo e a sua politica.

Hoje o governo tenta virar os trabalhadores do sector público contra os trabalhadores do sector privado, dizendo que os trabalhadores do público são privilegiados, estratégia do dividir para reinar, mal intencionada sim porque quer PSD quer CDS sabem bem que se os trabalhadores da administração pública perderem direitos os patrões do sector privado virão em peso e em abono da produtividade reclamar que se trabalhe mais horas no sector privado, que os salários sejam mais baixos e que seja mais fácil despedir.

Na União dos Sindicatos de Santarém temos a percepção do esforço que pode significar para muitos trabalhadores fazerem um dia de greve, mas é importante que ninguém fique de fora e apela-mos a todos os trabalhadores do distrito de santarém que equacionem bem o que continuarão a perder se PSD e CDS continuarem a governar.

Equacionem quanto perdem mensalmente com as alterações ao código do trabalho, quanto perdem com o brutal aumento de impostos, quanto perdem por terem que pagar mais para ter os seus filhos no ensino superior ou por acederem aos SNS e em muitos casos quanto perdem por ter salários em atraso devido ao enfraquecimento da economia.

Na nossa opinião mais vale a pena perder um dia de salário, por muito sacrifício que seja, a perder a dignidade e o futuro dos nossos filhos.

Apelamos assim a todos que dia 27 ganhem confiança, que tomem o futuro nas suas mãos e que adiram à Greve Geral.

 

Existem alternativas

Não estamos condenados ao empobrecimento, para isso é necessário substituir a austeridade por uma política de crescimento económico e social.

Mais uma vez a União dos Sindicatos aproveita este espaço para defender que se substituam os cortes nos abonos de família por um imposto especial sobre as transacções financeiras, que se reduza o IVA e em alternativa se tribute extraordinariamente os lucros das grandes empresas, que se pague o subsidio de desemprego a todos os desempregados, que se recupere o dinheiro perdido no BPN, que se corte nas PPPs danosas.

Todas estas propostas são concretizáveis, Passos Coelho, Portas, Gaspar e Santos Pereira preferem continuar a retirar aos mesmos e por isso a alternativa passa também pela derrota deste governo e por devolver a palavra ao povo através de eleições.

 

As iniciativas da União dos Sindicatos de Santarém

A União dos Sindicatos e à semelhança do que se passou na anterior Greve Geral irá levar a cabo uma campanha de esclarecimento junto do comércio local com o objectivo que também este sector participe na Greve Geral.

Os comerciantes locais sofrem diariamente com o empobrecimento da população e por isso defendemos que também eles têm que assumir as suas responsabilidades para a mudança. Só quando os trabalhadores viverem melhor deixarão de encerrar lojas no comércio tradicional e como tal é hora de também, em alguns casos mais uma vez, de os comerciantes assumirem a sua posição enquanto trabalhadores. Mais que palavras soltas ao vento é necessário tomarem acções concretas para melhorar a sua vida, neste caso juntando-se à Greve Geral.

Para além desta campanha e para proporcionar a oportunidade a todos os que assim entendam de se juntarem á Greve Geral, sejam trabalhadores no activo, desempregados ou reformados, a USS/CGTP-IN vai realizar no dia 27 de Junho três concentrações no distrito de Santarém, em Torres Novas na Avenida 8 de Julho pelas 10h30, em Samora Correia também pelas 10h30 no Largo da República e em Santarém no Largo Cândido dos Reis pelas 15h00.

Por fim mais uma vez afirmar a convicção que esta será uma grande Greve Geral também no distrito de Santarém, pois motivos para lutar contra este governo e a sua politica não faltam e certamente os trabalhadores do distrito saberão ter nesta altura tão difícil a coragem e a confiança que noutra hora nos levou a conquistar a liberdade e melhorar as condições de vida dos trabalhadores do distrito de Santarém.
 

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