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17 JUL 2013
Abrantes: Jornalista Carlos Ferreira apresenta "Alguma dor cura a alma"
Por Jornal Abarca

Um jornalista. Uma reportagem. Dois caminhos: Santiago de Compostela e Fátima. Uma caminhada solitária de treze dias. Quatrocentos e oitenta e um quilómetros. Trinta e sete quilómetros de marcha diária. Às costas catorze quilos de mantimentos. A história dos peregrinos dos dois maiores santuários cristãos da Península Ibérica, contada no livro “Alguma dor cura a alma” a apresentar a 25 de Julho em Abrantes. A apresentação, feita por Maria do Céu Albuquerque, está marcada para dia 25 de Julho, pelas 21h30, na Biblioteca Municipal António Botto.

“Espero que esta seja uma grande reportagem e não apenas uma reportagem grande. Uma espécie de reconciliação entre o jornalismo e os leitores, que permaneça para além da espuma dos dias. Este é o meu desejo mais íntimo e o meu humilde contributo para demonstrar que o anúncio da nossa morte profissional é uma notícia claramente exagerada”, diz o autor, o jornalista Carlos Ferreira.

Há mais de mil anos que gente de todo o Mundo caminha para Santiago de Compostela. Porquê? Quem são estas pessoas que palmilham centenas ou milhares de quilómetros ao encontro do sepulcro do Apóstolo de Jesus? Porque são cada vez mais os que fazem o Caminho para abraçar o Matamouros? E como começou o culto religioso cristão de um dos maiores sucessos turísticos de Espanha da actualidade? Há cem anos um milagre iluminou uma multidão acotovelada na Cova da Iria, 481 quilómetros a Sul. Quem são os homens e mulheres que andam o País inteiro para rezar aos pés da Virgem? O que os move? Porque não param de aumentar os caminheiros carregadores de promessas até Fátima, um dos mais relevantes fenómenos mundiais do culto mariano? E será que há uma ligação entre os dois maiores locais de peregrinação cristã da Península Ibérica?

“Esta reportagem, que inclui um diário (a crónica, a opinião do jornalista, se quisermos, e um pequeno guia), responde àquelas e a outras questões, através de entrevistas, depoimentos, estudos académicos dos diferentes conhecedores e estudiosos das peregrinações a Santiago de Compostela e a Fátima e dados estatísticos. Inclui ainda depoimentos do Arcebispo de Santiago de Compostela e do Bispo da Diocese Leiria-Fátima”, destaca o autor.

O culto a Santiago Maior (ou São Tiago) de Compostela nasceu durante a reconquista cristã e há historiadores que justificam o seu crescimento com a necessidade de unir os reinos da Península Ibérica na luta contra os mouros. A sua influência estendeu-se rapidamente ao então Condado Portucalense, deixando para memória futura, por exemplo, 184 paróquias e 140 capelas em território nacional. Em sentido contrário, mas partilhando o mesmo percurso nalguns troços, está também a consolidar-se o Caminho de Fátima. É uma corrente humana, de 50 mil fiéis por ano, diferente da que peregrina ao sepulcro do Apóstolo. 

“Caminhei entre oito e dez horas por dia. E entrei na Catedral de Santiago de Compostela no dia 13 de Maio de 2012, pelas 12h00, no momento em que, no Altar do Mundo, 300 mil pessoas celebravam a primeira aparição de Nossa Senhora aos Três Pastorinhos. Às vezes perguntam-me se fui por fé. Costumo responder: “Por alguma razão não terei ido a pé a Madrid, mas ainda não sei qual é”, afirma Carlos Ferreira.

O pagamento de promessas a Nossa Senhora motiva a generalidade dos peregrinos de Fátima, enquanto apenas um quinto dos caminheiros que se dirigem à Galiza (183 mil em 2011) o fazem como manda a Igreja. A antiguidade deste Caminho justifica uma mescla de culturas, de religiosidades, de razões e de interesses, de patrimónios, que a juventude dos itinerários do Altar do Mundo ainda não acumularam, apesar de 131 dos 174 santuários portugueses serem marianos, o que demonstra bem a devoção popular à Virgem. 

Sobre o autor

Carlos Ferreira, natural de Pombal e residente em Leiria, de 45 anos, tinha dezasseis quando publicou pela primeira vez. É um texto de 750 caracteres no Jornal do Incrível, sobre como enriquecer sem esforço, pelo qual recebeu 200 escudos (menos de um Euro!). Ainda hoje desconfia da aplicabilidade do conteúdo do texto.

Em 1985, com dezoito anos, iniciou a carreira de jornalista na Rádio Comercial de Leiria e depois passou por Órgãos de Informação como a Semana de Leiria (1985), Jornal de Leiria (1985-1989), Correio da Manhã (1986-2012), revista Diana (1989-1990), Jornal da Batalha (1990-1991) e O Crime (1991-2001). No Correio da Manhã foi, sucessivamente, correspondente, redactor e fotógrafo, chefe de delegação e editor. Tem ainda trabalhos publicados no DN-Jovem, Blitz, Comércio do Porto, Região de Leiria, Bailadoiro (Leiria), O Mensageiro (Leiria), Rádio Comercial e Agência Notícias de Portugal.

Entre as reportagens que realizou nestes 27 anos na Europa, Brasil e Macau, destaca a cobertura do caso do Assassino da Praia do Osso da Baleia (1987), do pós-guerra no Kosovo (1999 e 2007), do último ano da soberania portuguesa em Macau (1999) e das comemorações dos 500 Anos do Descobrimento do Brasil (2000). 

É autor dos livros ‘Guia do Peregrino-Papa Bento XVI em Portugal” (Presselivre, 2010) e “Na Mente do Assassino-O Serial Killer da Lourinhã” (Cofina Média Books, 2012), distribuídos com o Correio da Manhã. Actualmente é editor na revista Veja Portugal.
 

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