Há um risco agravado de incêndios florestais de maior dimensão este ano. O alerta é feito por Xavier Viegas, investigador da Universidade de Coimbra em ordenamento florestal.

Xavier Viegas lembra, em declarações à Renascença, que o Inverno foi muito chuvoso e, por isso, há muita vegetação para arder.

“Irá ser manifesto o crescimento daquela vegetação que depois vai suportar a propagação do fogo. Isso é um factor agravante, sobretudo se as condições meteorológicas – no período de incêndios – forem mais graves do que aquelas registadas no ano passado”, explica o especialista, acrescentando que a vegetação tem sido “acumulada durante dois anos e não houve, de uma forma geral, acções de limpeza”.

Xavier Viegas considera que, mais do que meios e recursos, é necessário mudar mentalidades para que em dias de risco elevado de incêndio se recorra menos ao uso do fogo.

“Não se pode tolerar que em dias de risco elevado haja muitas ocorrências simultâneas. As estatísticas mostram que chegamos a ter dias com 400, 500, 600 inícios de fogo e isso não há dispositivo que aguente”, diz.

“O que temos é de nos mentalizarmos para usarmos menos o fogo nesses dias”, remata.

Entre 1 de Janeiro e 15 de Outubro de 2014, os incêndios florestais originaram 19.696 hectares de área ardida, menos 87% do que em igual período de 2013, segundo a Autoridade Nacional de Protecção Civil.