A Câmara de Abrantes promoveu hoje, Dia Mundial do Ambiente, um debate alargado às comunidades intermunicipais representativas dos municípios ribeirinhos, da Beira Baixa à Lezíria do Tejo, sobre o Rio Tejo e os problemas que têm vindo a afetar a qualidade da água.
Segundo nota de imprensa da Câmara de Abrantes, os participantes corroboraram o diagnóstico da presidente de Abrantes que iniciou o debate fazendo alusão aos baixos caudais, aos transvases para o sul de Espanha, às constantes descargas poluentes e às dificuldades na desova de peixes migradores. “Problemas que colocam em causa o investimento público feito pelas autarquias das margens ribeirinhas”, salientou Maria do Céu Albuquerque, apelando “à mobilização coletiva dos diversos agentes, direta ou indiretamente, ligados à gestão da bacia hidrográfica do Tejo”.
O debate decorreu no Parque Tejo e contou com as presenças de autarcas, do deputado socialista eleito pelo distrito de Santarém, António Gameiro, e representantes de outras entidades interessadas na temática. Na plateia muitos cidadãos participaram no debate.
Acolheu intervenções do presidente do Movimento PROTEJO, de um representante da Agência Portuguesa do Ambiente e do investigador Bernardo Quintella da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa pertencente a uma equipa de investigadores que estudaram uma solução optimizadora para a passagem de peixes, no Açude-Ponte do rio Mondego, em Coimbra.
Maria do Céu Albuquerque reafirmou o compromisso para continuar a avaliar e encontrar novas soluções para o processo de monotorização da escada passa peixes, instalada no açude construído no rio Tejo. Referiu que “esse trabalho é feito desde a sua construção, em colaboração com as entidades oficiais e a comunidade académica, lamentando que depois de ter sido nomeada uma comissão técnica constituída por várias entidades que tutelam o rio, as mesmas terem vindo a ser reestruturadas e renomeadas o que se traduziu, por vezes, em dificuldades acrescidas de articulação”.
Presentemente, a Câmara está desenvolver contactos com a comunidade científica, em concreto com a equipa de investigadores da Universidade de Lisboa presente hoje em Abrantes.
Maria do Céu Albuquerque congratulou-se com a mobilização para o debate por parte das entidades presentes e da sociedade civil e salientou ser “urgente” uma nova abordagem sobre o território do Tejo “onde os diversos interesses devem ser concertados em torno dos desafios do desenvolvimento sustentável integrando as perspetivas ambiental, social e económica”.