Será criada a Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC) que funcionará nas instalações da antiga Casa de Saúde (1.º andar da Abranclínica) cedida por protocolo a estabelecer entre o seu proprietário, Luís Moura Neves Fernandes, e o ACES e que será alvo de pequenas adaptações, incluindo a implantação de plataforma de acessibilidade. Serão também acolhidas algumas valências da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (centro de saúde), onde continuarão a ser realizadas as consultas de recurso e a partir de onde é feita a gestão das 12 extensões de saúde do concelho.
A UCC é uma unidade integrada na rede de cuidados continuados que é constituída por uma equipa de enfermeiros (7) e outros técnicos que irão prestar cuidados de saúde e apoio psicológico e social de âmbito domiciliário e comunitário especialmente às pessoas, famílias e grupos mais vulneráveis, em situação de maior risco ou dependência física e funcional ou doença que requeira acompanhamento próximo. Actuará também na educação para a saúde e na integração em redes de apoio à família.
Mesmo não sendo a área da saúde uma competência directa das câmaras municipais, a Câmara de Abrantes participará na implantação da nova valência, contribuindo com a aquisição de uma viatura.
No concelho do Sardoal será também criada uma UCC que para além da assistência ao seu território, fará a cobertura de cinco freguesias do concelho de Abrantes: Aldeia do Mato; Mouriscas; Souto; Martinchel; Carvalhal e Souto, criando sinergias e partilha dos recursos disponíveis para responder às necessidades dos dois concelhos que apresentam elevados índices de população envelhecida.
A estas duas valências, junta-se a Unidade de Saúde Familiar (USF)D. Francisco de Almeida, no centro histórico de Abrantes, que deverá entrar em funcionamento em maio e que vai abranger 10.141 utentes, dos quais aproximadamente 4.492 não tinham médico de família. Entretanto, a Câmara de Abrantes lançou concurso para a construção da USF em Rossio ao Sul do Tejo.
Na apresentação estiveram presentes o vice-presidente da ARS Lisboa e Vale do Tejo, o presidente da Câmara do Sardoal, o presidente e eleitos da Assembleia Municipal de Abrantes, alguns presidentes de juntas de freguesia e profissionais de saúde dos dois concelhos.
A diretora Executiva do ACES, Sofia Theriaga, explicou que o objectivo desta reorganização dos cuidados primários de saúde é oferecer aos utentes dos dois concelhos respostas integradas, diferenciadas e de grande proximidade às necessidades de cuidados de saúde da população.
A presidente da Câmara de Abrantes congratulou-se com a disponibilização de mais serviços à população e sublinhou o espirito de bom entendimento entre as duas Câmaras Municipais e o ACES no sentido de rentabilizar recursos. No entanto, Maria do Céu Albuquerque advertiu que esta solução ?Não esgota aquilo que é a necessidade no âmbito da prestação de cuidados de saúde à comunidade?, recordando que, após a entrada em funcionamento da USF, cerca de 7 mil utentes continuarão sem médico de família, pelo que importa intensificar o esforço de todos os intervenientes para atrair e fixar mais médicos. A autarca de Abrantes defendeu uma melhor articulação entre os cuidados primários e os cuidados hospitalares de forma a evitar a sobrecarga da urgência hospitalar. A esse propósito, sublinhou que após a libertação do espaço até agora ocupado pelo centro de saúde, o mesmo ficará disponível para melhorar o espaço físico da urgência médico-cirurgica e das consultas externas.