Home »
03 JAN 2017
Os que morreram em 2016
Por Jornal Abarca
Anna Paula, Eurico Consciência, Nicolau Breyner e João Lobo Antunes
Anna Paula, Eurico Consciência, Nicolau Breyner e João Lobo Antunes

A lista é longa. Das artes à ciência, da política ao desporto, muitos foram as personalidades portuguesas que desapareceram do mundo dos vivos. O jornal abarca deixa alguns desses nomes para memória futura

JANEIRO

Jaime Miranda Azinheira (Peniche, 20 de agosto de 1944 – Porto, 4 de janeiro de 2016) escultor.
Escultor, pintor e professor universitário, Jaime Azinheira ocupa um lugar singular na escultura portuguesa. Licenciou-se em escultura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto e começou a expor regularmente a partir daí. Participou em várias exposições em Portugal e no estrangeiro. As suas obras fazem parte de colecções privadas e públicas: Centro de Arte Moderna da Gulbenkian, Fundação Serralves do Porto, Casa Museu Teixeira Lopes, de Vila Nova de Gaia, ou Colecção da Câmara de Vila Nova de Cerveira

António Almeida Santos (Cabeça, Seia, 15 de fevereiro de 1926 – Oeiras, 18 de janeiro de 2016), advogado e político.
Foi um dos protagonistas no Portugal pós-25 de Abril de 1974, como ministro de várias pastas, desde o I Governo Provisório. Mais tarde foi conselheiro de Estado, presidente da Assembleia da República e presidente do PS, tendo sido um dos mais próximos colaboradores de Mário Soares. Figura histórica da democracia portuguesa, Almeida Santos foi autor de dezenas de livros, tinha várias condecorações, designadamente as portuguesas Grã-Cruz da Ordem da Liberdade e da Ordem Militar de Cristo. Era o presidente honorário do PS.

Nuno Teotónio Pereira (Lisboa, 30 de janeiro de 1922 – Lisboa, 20 de janeiro de 2016), arquitecto.
Foi uma das mais destacadas personalidades da arquitectura em Portugal – e, possivelmente, o último dos arquitectos modernos. Venceu por três vezes o prémio Valmor, nomeadamente com os projectos da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Lisboa, com Nuno Portas, das torres do bairro de Olivais Norte, com Nuno Portas e Pinto de Freitas, e do Edifício Franjinhas, com João Braula Reis. Manteve também, com outros católicos progressistas, uma militância política activa, sobretudo durante o regime de Salazar, a que se opôs frontalmente.

José António de Almeida Martins Boavida (Castelo Branco, 23 de agosto de 1964 – Amadora, 26 de janeiro de 2016), actor.
Actor e encenador, José Boavida popularizou-se com os seus trabalhos em televisão, nomeadamente nas séries “Equador”, “Inspector Max”, “Morangos com Açúcar” ou “Bem-vindos a Beirais”. No teatro, trabalhou em “A Barraca” e no “Teatro Aberto”. No cinema, fez parte do elenco de filmes como “Capitães de Abril”, de Maria de Medeiros, “Contrato”, de Nicolau Breyner, “Amália”, de Carlos Coelho da Silva, ou “Até amanhã camaradas”, de Joaquim Leitão.

FEVEREIRO

Vera Varela Cid(Lisboa, abril de 1937 – São João do Estoril, 15 de fevereiro de 2016), professora de dança.
Foi uma das fundadoras da Companhia Nacional de Bailado, a par de Luna Andermatt, Pedro Risques Pereira e do coreógrafo, cenógrafo e bailarino Armando Jorge. Para a RTP, com Luna Andermatt, criou programas quinzenais sobre a história do bailado e os bastidores do espectáculo.

Diogo Seixas Lopes (Lisboa, 1972 – 18 de fevereiro de 2016), arquitecto.
Licenciou-se na Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa, em 1966 e doutorou-se no Instituto Federal de Tecnologia de Zurique. Foi consultor da Garagem Sul, do Centro Cultural de Belém, espaço dedicado exclusivamente à arquitetura e curador, juntamente com o arquitecto André Tavares da Trienal de Arquitectura de Lisboa (TAL).

Jaime Ornelas Camacho (Curral das Freiras, 29 de fevereiro de 1921 – Funchal, 23 de fevereiro de 2016), engenheiro civil e político.
Membro destacado do PSD madeirense, foi o primeiro Presidente do Governo Regional da Madeira, governando de 19 de novembro de 1976 a 17 de março de 1978. Sucedeu-lhe Alberto João Jardim.

Ernesto Nogueira Oliveira (Lisboa, 28 de julho de 1921 - 24 de fevereiro de 2016), futebolista, jogou como guarda-redes.
Representou a Selecção Portuguesa na época de 1950-1951, em seis jogos. Ernesto Oliveira jogou no Atlético Clube de Portugal, onde também foi basquetebolista.

Joaquim Rosa (Évora, 6 de junho de 1926 – Lisboa, 24 de fevereiro de 2016), actor.
Fez parte do TEL – Teatro Estúdio de Lisboa, foi um dos fundadores do CENDREV, companhia profissional de Évora formada após o 25 de Abril. Em 11 de Janeiro de 1975 é criado o Centro Cultural de Évora. Integrou vários espectáculos de Filipe Lá Féria. Em 2009, participou na telenovela “Flor do Mar”, da TVI, onde desempenhou o papel de padre Mariano. Faleceu na Casa do Artista, onde residia.

Ana Vieira (Coimbra, 2 de agosto de 1940 – Lisboa, 29 de fevereiro de 2016), artista plástica.
Ana Vieira destacou-se no cruzamento das diversas disciplinas artísticas, criando um corpo de trabalho original e inspirador no conjunto da arte portuguesa contemporânea (segundo o jornal O Público).

Gabriel Raimundo (Tortosendo, Covilhã, abril de 1945 – Charneca da Caparica, Almada, 29 de fevereiro de 2016), jornalista e escritor.
Esteve exilado em França, regressando a Portugal após o 25 de Abril. Integrou a redacção de “O Diário” e trabalhou em vários países africanos. Estreou-se como escritor com o livro de contos “Na Estranja”, publicado em 1980. É autor de vários romances, livros de crónicas e livros infantojuvenis.

MARÇO

Jorge Henrique Campião NogueiraSequerra (1958 – Lisboa, 1 de março de 2016), actor.
Participou em diversas telenovelas na SIC, TVI e RTP. O seu último projecto foi na série "Aposta que Amas", da SIC Radical

Maria de Fátimada Silva Patriarca (Monte do Sol Posto, no Couço, concelho de Coruche, 19 de Janeiro de 1944 - Hospital da CUF, Lisboa, 11 de março de 2016).
Investigadora jubilada do Instituto de Ciências Sociais, era uma referência na história dos movimentos sociais do século XX em Portugal. Foi autora, entre outros, de “A Questão Social no Salazarismo” e “Sindicatos contra Salazar: A revolta do 18 de Janeiro de 1934”. Fez parte da direcção do Instituto de Ciências Sociais (ICS). Em 1979 foi uma das responsáveis, com Maria Filomena Mónica, pela criação do Arquivo Histórico das Classes Trabalhadoras, que se passou a chamar mais tarde Arquivo de História Social do ICS

Vasco Alves Henriques LucasNunes (Lisboa, 13 de dezembro de 1947 – Los Angeles, 11 de março de 2016), cineasta.
Em 2003, completou o mestrado no Conservatório do American Film Institute e começou a trabalhar em cinema e televisão, no início da década de 90. Foi um dos sócios senior da Interloper Films, produtora em Los Angeles. Era conhecido pelo seu trabalho documental, em especial com a realizadora Ondi Timoner, com destaque o filme DIG!. O seu trabalho é parte da coleção permanente do Museu de Arte Moderna, em Nova Iorque, ganhou vários prémios de cinematografia, um Grand Jury Prize no Festival Sundance e seleção em numerosos festivais de cinema mundiais, incluindo Cannes.

João Nicolau de Melo Breyner Lopes(Serpa, 30 de junho de 1940 – Lisboa, 14 de março de 2016), actor e realizador.
Com mais de meio século de carreira, Nicolau Breyner deixou a sua marca na televisão, no teatro e no cinema portugueses, ficando como um dos mais populares actores portugueses. Foi um dos autores e produtores da primeira telenovela portuguesa, “Vila Faia”, integrou o elenco de diversas séries e novelas ao longo das últimas décadas, e cimentou também um registo humorístico que perdurou no imaginário nacional. Sobretudo nos últimos anos protagonizou alguns filmes, nomeadamente de António Pedro Vasconcelos.

Fernando Mamede Mendes (Torrozelo, Seia, 15 de junho de 1937 – Lisboa, 31 de março de 2016), jogador e treinador de futebol.
Como capitão da equipa do Sporting foi ele que ergueu, em 1964, a única Taça das Taças conquistada por uma equipa portuguesa. No Sporting Club de Portugal, jogou como médio ofensivo, durante mais de uma década (1956/1957 até 1967/1968), participou em 225 jogos e venceu vários títulos, destacando-se três campeonatos nacionais (57/58, 61/62 e 65/66), uma Taça de Portugal (62/63) e a Taça das Taças.

ABRIL

FranciscoAntónio de Vasconcelos Nicholson, (Lisboa, 26 de junho de 1938 - Lisboa, 12 de abril de 2016), actor, argumentista, dramaturgo e encenador.
Foi um dos nomes de destaque de um período áureo da revista à portuguesa, como autor e actor, no período pós-25 de Abril de 1974, quando o seu percurso no meio já contava uma década. Seria também figura determinante na ficção televisiva nacional: quase duas décadas depois da primeira aparição no pequeno ecrã escreveu o argumento de “Vila Faia”, a primeira telenovela portuguesa, estreada em 1982.

Eurico Heitor Consciência (Mêda, Guarda, 28 de outubro de 1936 – Abrantes, 20 de abril de 2016), advogado.
Foi presidente da Câmara de Meda antes do 25 de abril de 1974. Eurico Consciência estava estabelecido profissionalmente em Abrantes há cerca de 50 anos, tendo falecido em sua casa, durante a noite, de morte súbita. Foi um dos fundadores do Partido Socialista em Abrantes, professor na EICA e professor Universitário, director do Correio de Abrantes, colaborador da imprensa local e regional, magistrado do Ministério Público e Notário, organizador das Jornadas Culturais de Abrantes, activista social e político, entre muitas outras atividades que exerceu e dinamizou ao longo da sua vida.

Pedro Cláudio (Torres Vedras, 1965 – Lisboa, 21 de abril de 2016), fotógrafo.
Pedro Cláudio afirmou-se desde os anos 1980 como um dos mais importantes fotógrafos de moda e realizador de videoclipes do panorama português. Estudou Design de Comunicação na Escola Superior de Belas-Artes e começou por colaborar com o semanário “O Indenpendente”, tornando-se depois fotógrafo residente da revista “K”. Desde essa altura, e ao longo dos anos, colaborou com criadores e revistas de moda (“Marie Claire”, “Elle” ou “Vogue”), e na ModaLisboa, a ExperimentaDesign ou os Encontros de Fotografia de Coimbra, criando imagens para campanhas, catálogos e exposições

Paulo Varela Gomes (Lisboa, 28 de outubro de 1952 – Podentes, Penela, 30 de abril de 2016), crítico, escritor, historiador e professor.
Autor de uma obra de investigação importante no campo da história da arquitectura e da arte (tendo sido também crítico de arquitectura), Paulo Varela Gomes foi professor associado no Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Coimbra e nos últimos anos de vida dedicou-se exclusivamente à literatura. Publicou quatro romances e um livro de crónicas, obra aclamada na literatura portuguesa contemporânea. Durante os anos de estudante universitário, na Faculdade de Letras de Lisboa, foi militante do Partido Comunista. Nos anos 80 afasta-se e foi um dos fundadores, com Miguel Portas, do movimento Política XXI. Foi delegado da Fundação Oriente em Goa, de 1996 a 1998 e de 2007 a 2009, sendo fortemente marcado por essa experiência.

MAIO

Querubim Lapa de Almeida (Portimão, 1925 – Lisboa, 2 de maio de 2016), artista plástico e professor. Pintor, desenhador e gravador, autor de trabalhos de tapeçaria. Querubim Lapa é reconhecido sobretudo como um dos mais importantes ceramistas portugueses, com soluções plástica e tecnicamente inovadoras, destacando-se os seus inúmeros painéis para espaços públicos (por exemplo, os painéis que criou para a Reitoria da Universidade de Lisboa, 1961, para a Avenida 24 de Julho, Lisboa, 1994, ou para a Estação da Bela Vistado Metropolitano de Lisboa, 1998).Fez parte de uma geração que se opôs frontalmente ao Estado Novo e que participou de uma revolução modernista que se estendia também à arquitectura. Na escola António Arroio, em Lisboa, cruzou-se com grandes nomes da arte portuguesa do século XX, como Pomar, Fernando Azevedo, João Abel Manta e Marcelino Vespeira.

Joaquim Paulo Gomes Ferreira Paraty da Silva (Porto, 17 de dezembro de 1961 – Porto, 4 de maio de 1962), árbitro e engenheiro electrotécnico. Debutou na Primeira Liga a 23 de agosto de 2003.

Vicente Maria do Carmo de Noronhada Câmara (Lisboa, 7 de maio de 1928 – Lisboa, 28 de maio de 2016), fadista. Maria Teresa de Noronha, sua tia, encorajou Vicente da Câmara a participar num concurso da Emissora Nacional quando era ainda um jovem que começava a cantar o fado como amador em espaços como a Adega Mesquita, a Adega Machado ou a Adega da Lucília. Em 1948 conquista o primeiro lugar. Torna-se a partir daí presença habitual na emissora. Em 1950 assina o primeiro contrato com a editora discográfica Valentim de Carvalho e grava fados clássicos como o “Fado das Caldas”, “Varina” ou “Os teus olhos”. O maior sucesso surge em 1961 com o célebre “A moda das tranças pretas”.

JUNHO

José Manuel Paquete de Oliveira (Funchal, 20 de outubro 1936 – Lisboa, 11 de junho de 2016) foi padre, jornalista, sociólogo pioneiro de estudos dos media em Portugal, professor.
Era provedor do leitor do PÚBLICO. Com apenas 23 anos, foi chefe de redacção do Jornal da Madeira, onde permaneceu até 1966. No continente colaborou com o Expresso, Diário de Lisboa e ao longo de uma década com o Jornal de Notícias. Em 1989, doutorou-se em Sociologia da Comunicação e da Cultura pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). A sua tese de doutoramento, “Formas de ‘censura oculta’ na imprensa escrita em Portugal no pós 25 de Abril”, (1974-1987), de 1988, foi um marco. Entre 1992 e 1997 foi comentador residente do programa “Casos de Polícia”, da SIC. Em 2006, tornou-se no primeiro provedor do telespectador na televisão pública

JULHO

Camilo Venâncio de Oliveira(Buarcos, Figueira da Foz, 23 de julho de 1924 – Lisboa, 2 de julho de 2016), actor, encenador e argumentista.
Nasceu nos camarins do Teatro do Grupo Caras Direitas, localizado em Buarcos, na altura o único teatro existente no concelho da Figueira da Foz. Em finais de Setembro de 2012, houve rumores da sua morte, um boato que os jornais se apressaram a desmentir. Morreu a 2 de julho de 2016, aos 91 anos, no Hospital Egas Moniz, em Lisboa, onde estava internado na unidade de cuidados paliativos devido a cancros na próstata e nos intestinos.

Nuno Rocha (Porto, 13 de fevereiro de 1933– Cascais, 5 de julho de 2016), jornalista.
Foi fundador do “Tempo”, em 1975, semanário que dirigiu durante 14 anos e por onde passaram jornalistas como Paulo Portas ou Vera Lagoa, e fundou também o “Correio da Manhã” em 1979, juntamente com Vítor Direito e Carlos Barbosa. Foi presidente da Associação de Jornalistas Europeus, dirigente do Sindicato Nacional dos Jornalistas e da Casa da Imprensa e foi galardoado em 2000 com o prémio World Press Freedom Hero pelo IPI - International Press Institute, por promover a liberdade de imprensa.

João Ribeiro (Silves, 1925 – Cascais, 8 de julho de 2016), fotojornalista.
João Ribeiro era o sócio mais antigo do Sindicato dos Jornalistas e detinha a carteira profissional número um. Iniciou a profissão no “Diário da Manhã”, como repórter fotográfico, em 1946, e, dez anos depois, foi admitido no “Diário Ilustrado”. Em 1966 entrou para o “Jornal de Notícias”, passando depois pelo “Diário de Lisboa”, a “Época” e “A Capital”, onde foi chefe dos Serviços Fotográficos. Em 1987, foi contratado poor “O Jornal”, onde trabalhou até se reformar, aos 69 anos, em 1994.

Artur Manuel SoaresCorreia (Lisboa, 18 de abril de 1950 – Lisboa, 25 de julho 2016), futebolista.
Ficou conhecido como o “Ruço” pelos cabelos loiros. Depois de jogar como lateral-direito no Benfica e no Sporting, Artur Correira fez ainda uma breve incursão pela antiga liga norte-americana NASL, alinhando pelos entretanto extintos New England Tea Men. Quando abandonou o futebol, em 1980, somava seis títulos nacionais: cinco pelo Benfica e um pelo Sporting.

Mário Alberto Freire Moniz Pereira (Lisboa, 11 de fevereiro de 1921 – Lisboa, 31 de julho de 2016).
 O “senhor atletismo”, Moniz Pereira afirmou-se como um dos maiores impulsionadores do atletismo em Portugal. No Sporting, clube do qual era o sócio número 2, moldou alguns dos nomes referência do atletismo nacional: Carlos Lopes, Fernando Mamede, Francis Obikwelu ou Naide Gomes. Licenciado em Educação Física pelo Instituto Nacional de Educação Física (INEF) em Lisboa, onde deu aulas durante 27 anos, Moniz Pereira participou em 12 Jogos Olímpicos entre 1948 e 2012. Retirou-se do comando directo do atletismo do Sporting após os Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992.

AGOSTO

Madalena Sotto, nome artístico de Maria Madalena Pereira Othão (Lavos, 21 de julho de 1916 – Porto, 18 de agosto de 2016), actriz.
Madalena Sotto foi um nome cimeiro da cena teatral portuguesa, tendo feito parte, entre outras, da companhia de Rey-Colaço/Robles Monteiro, e da de Vasco Morgado. No cinema, área em que foi distinguida em 1945, com o Prémio de Melhor Actriz, pelo Secretariado Nacional de Informação, participou em filmes como “Feitiço do Império” e “A Vizinha do Lado”, ambos de António Lopes Ribeiro

Maria Eugénia Rodrigues Branco Pinto do Amaral (Lisboa, 1 de abril de 1927 – Lisboa, 25 de agosto de 2016), actriz de cinema.
Conhecida como “a menina da rádio” desde que protagonizou em 1944 o filme homónimo de Arthur Duarte, a actriz e cantora Maria Eugénia contracenou com os grandes nomes do cinema português da época, como António Silva, Ribeirinho, Laura Alves ou Milú. Filha do músico Francisco José da Silva Branco e de Lara Augusta da Silva Rodrigues, Maria Eugénia ficou sobretudo conhecida pela sua meteórica passagem pelo cinema português e espanhol, mas chegou também a trabalhar na rádio. Desistiu da carreira no cinema no final dos anos quarenta, altura em que se casou com o médico António Pinto do Amaral.

Anna Paula, nome artístico de Maria Zulmira Pereira Lemos Zeiger (Braga, 26 de maio de 1929 – Lisboa, 31 de agosto de 2016), actriz, professora e dramaturga.
Anna Paula teve uma carreira que passou pela televisão, em telenovelas como “Vila Faia”, e em filmes como “O Costa d’África”.Trabalhou na Companhia de Teatro Amélia Rey Colaço/Robles Monteiro, no Teatro Estúdio Lisboa e no Teatro Experimental do Porto. A partir de 1981 integrou o elenco fixo do Teatro Experimental de Cascais. Foi professora de Interpretação da Escola Superior de Teatro e Cinema, em Lisboa

SETEMBRO

Maria Isabel Barreno de Faria Martins (Lisboa, 10 de julho de 1939 – Lisboa, 3 de setembro de 2016), escritora, ensaísta, artista plástica e jornalista.
A investigadora e escritora Maria Isabel Barreno, que juntamente com Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa escreveu “Novas Cartas Portuguesas”, abriu caminho para o debate sobre a igualdade de género em Portugal. O livro, uma das obras mais perseguidas pela ditadura, viria a estar no centro do processo que ficou conhecido como as "Três Marias". O julgamento durou dois anos e gerou manifestações de protesto junto às embaixadas e consulados portugueses em Londres, Paris e Nova Iorque. Depois da Revolução de 25 de Abril de 1974 as três escritoras foram absolvidas. Foi no universo do feminismo que Maria Isabel Barreno inscreveu a sua obra literária, justamente com outra obra: “A Morte da Mãe”. Licenciada em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, trabalhou no Instituto Nacional de Investigação Industrial, foi jornalista e conselheira na área cultural da embaixada portuguesa em Paris, onde se radicou.

António Moreira Barbosa de Melo (Lagares, Penafiel, 2 de novembro de 1932 – Coimbra, 7 de setembro de 2016), jurista e político.
Especialista em Direito Administrativo foi docente e investigador da Faculdade de Direito, da Universidade de Coimbra, onde se licenciou em Direito e terminou o Curso Complementar de Ciências Político-Económicas, equivalente ao atual mestrado. A sua dissertação, “Do vício de forma no acto administrativo” (1961), foi galardoada, ex-aequo com o Prémio Caloustre Gulbenkian.
Após o 25 de Abril, foi um dos fundadores do então Partido Popular Democrático (actual PSD), juntamente com Francisco Sá Carneiro, Magalhães Mota e Pinto Balsemão.

José Joaquim Rodrigues (Luanda, 21 de outubro de 1936 – Porto, 10 de setembro de 2016), artista plástico.
José Rodrigues realizou os seus estudos artísticos na Escola Superior de Belas-Artes do Porto, onde se licenciou em Escultura. Com Armando Alves, Ângelo de Sousa e Jorge Pinheiro constitui, em 1968, o grupo “Os Quatro Vintes”. Foi um dos fundadores da Cooperativa Cultural Árvore, no Porto, e um dos promotores da Bienal de Vila Nova de Cerveira. Entre as suas obras mais conhecidas destacam-se o cubo da Praça da Ribeira, no Porto, e o Monumento ao Empresário na Avenida da Boavista.

José Luiz da Rocha, também conhecido por Darocha (Oliveira de Azeméis, 2 de dezembro de 1945 – Paris, 11 de setembro de 2016) pintor e ilustrador.
Estudou Pintura nas escolas superiores de Belas Artes de Lisboa e do Porto e no Círculo de Artes Plásticas de Coimbra. Em 1967, mudou-se para o bairro de Notting Hill, em Londres e em 1971 fixou residência em Paris. Frequentou a EHESS, onde obteve o Diploma de Estudos Avançados (atual Master 2) em Antropologia Patológica. Também foi professor de artes, lecionando em várias cidades francesas, e participou em dezenas de exposições coletivas e individuais em diversos países, como França, Grécia, Luxemburgo, Bélgica, Jugoslávia, Países Baixos, Espanha, Alemanha ou Turquia.

Arquimínio Rodrigues da Costa(São Mateus do Pico, 8 de julho de 1924 - São Mateus do Pico, 12 de setembro de 2016), bispo católico.
Foi bispo de Macau, entre 1976 e 1988, tendo sido o último bispo de etnia portuguesa da Diocese de Macau. Era elogiado por ser um professor e sacerdote competente, humilde, inteligente e poliglota.

OUTUBRO

Mário Augusto de Almeida Braga (Coimbra, 14 de julho de 1921 – Lisboa, 1 de outubro de 2016), escritor, tradutor e jornalista.
Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, estreou-se em 1944, com o livro de contos “Nevoeiro”. Foi director-geral da Secretaria de Estado da Comunicação Social e membro do Conselho Consultivo das Bibliotecas Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian

Mário Wilson (Lourenço Marques, 17 de outubro de 1929 – 3 de outubro de 2016), jogador e treinador de futebol. Mário Wilson, ficou conhecido no meio futebolístico como ‘velho capitão’ da Académica, tornou-se uma referência do Benfica, ao conquistar nos ‘encarnados’ o título de campeão em 1975/76 e as Taças de Portugal de 1979/80 e 1995/96, como treinador. Durante a sua carreira futebolística, iniciada no Desportivo de Lourenço Marques, actual Maputo, em 1948/49, actuou como avançado no Sporting, entre 1949 e 1951, sagrando-se campeão em 1950/51, e defesa na Académica, entre 1951 e 1963.

José Manuel Lello Ribeiro de Almeida(Porto, 18 de maio de 1944 – Porto, 14 de outubro de 2016), político e gestor de empresas.
José Lello foi pela primeira vez eleito deputado em 1983, pelo círculo eleitoral do Porto, mandato que renovou sucessivamente até às eleições legislativas de Outubro de 2015. No seu percurso político, no primeiro executivo liderado por António Guterres, entre 1995 e 1999, desempenhou as funções de secretário de Estado das Comunidades. Em 2000, o primeiro-ministro, António Guterres, escolheu-o para ministro da Juventude e do Desporto. Mais tarde ascende a presidente da Assembleia Parlamentar da NATO, cargo que ocupa até 2008

João Lobo Antunes (Lisboa, 4 de junho de 1944 – 27 de outubro de 2016), neurocirurgião.
Licenciado em Medicina pela Universidade de Lisboa com uma média final de 19,47 valores, foi professor catedrático de neurocirurgia da Faculdade de Medicina de Lisboa e director de serviço de neurocirurgia do Hospital de Santa Maria, entre 1984 e 2014. Foi presidente da Sociedade Europeia de Neurocirurgia, do Instituto de Medicina Molecular, em Lisboa. Ainda em 2015, foi eleito presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida. Agraciado em 1996 com Prémio Pessoa, por ser um “renovador e intérprete da tradição médica humanista”, João Lobo Antunes receberia em 2003 a Medalha de Ouro de mérito do Ministério da Saúde e em 2013 o Prémio da Universidade de Lisboa. Na esfera pública, João Lobo Antunes destacou-se ainda por ser mandatário da candidatura à Presidência da República primeiro de Jorge Sampaio e, passados cinco anos, de Cavaco Silva

Jaime Octávio Pires Fernandes (Lisboa, 23 de junho de 1947 – Lisboa 27 de outubro de 2016), locutor, jornalista e realizador de rádio.
Costumava referir: "Gostarei sempre mais de ser conhecido como locutor de rádio do que como director ou administrador seja do que for". Aos 16 anos estreou-se como locutor no lançamento da antiga "Lisboa 2" em estereofonia e que é hoje a Antena 2. Autor e apresentador de diversos programas na RDP e na RTP. A partir de 1981 foi director de Programas na Rádio Comercial, juntamente com João David Nunes. Esteve na Rádio Renascença, entre 1985 e 1986, onde fez parte do lançamento do Canal 1 e do FM (logo a seguir renomeado para RFM) tendo sido o autor do nome do famoso programa “Oceano Pacífico”. Foi diretor da RTP internacional e África até se reformar. Realizou a série“Estranha Forma de Vida - Uma história da música popular portuguesa”. Foi também membro do Conselho de Opinião da empresa concessionária de Rádio e Televisão.

NOVEMBRO

Miguel Luís Kolback daVeiga(Porto, 30 de junho de 1936 – Porto, 14 de novembro de 2016)advogado e político. Miguel Veiga foi fundador do PPD, hoje PSD, em 1974, com Francisco Sá Carneiro, Magalhães Mota e Pinto Balsemão. Foi deputado constituinte e dirigente do partido. Licenciado em Direito, em Coimbra, Miguel Veiga fez carreira na advocacia. Na política, transformou-se num dos notáveis do PSD, da facção social-democrata. Desempenhou vários cargos no partido, de deputado à Assembleia Constituinte a conselheiro nacional, mas nunca foi ministro

Carlos Alberto dosSantos (Lisboa, 4 de outubro de 1937 – Faro, 27 de novembro de 2016) actor.
Carlos Santos trocou o curso de Medicina pela profissão de actor. Distingiu-se recentemente pelo seu desempenho como oficial da PIDE Rosa Casaco, no filme “Operação Outono”, de Bruno de Almeida, sobre os últimos dias do general Humberto Delgado, que lhe valeu o prémio de melhor actor de cinema da Sociedade Portuguesa de Autores e o prémio Sophia para melhor actor, da Academia Portuguesa de Cinema, em 2013. No cinema, trabalhou ainda com Luís Filipe Rocha, António de Macedo, Joaquim Leitão, José Fonseca e Costa e Leonel Vieira

DEZEMBRO

Mário Rui Nunes Cordeiro (Santa Margarida, Constância, 28 de outubro de 1950 – Abrantes, 3 de dezembro de 2016), poeta, pintor, desenhador e encadernador.
Foi um dos rostos da cidade de Abrantes, cidade que adoptou como sua. Personagem conhecida, a Mário Rui nunca foi dado o valor que efectivamente merecia.

Hugo Ribeiro (Vila Real de Santo António, 7 de agosto de 1925 – Lisboa, 3 de dezembro de 2016), técnico de som. Logo desde a primeira metade do século XX tornou-se no primeirissímo engenheiro de som em Portugal, desenvolvendo a sua atividade, até muito perto do fim da sua vida, nos Estúdios Valentim de CarvalhoFoi o responsável pela gravação de discos de estúdios de nomes maiores do fado e da guitarra portuguesa, entre os quais Amália, Carlos Paredes, Alfredo Marceneiro. Registou os primeiros passos do rock português, com Os Caloiros da Canção e Os Conchas. Gravou ainda Carlos do Carmo, Simone de Oliveira, António Calvário, Sheiks, Quarteto 1111, Tantra, Rui Veloso e Marco Paulo

Alberto JorgeSeixas dos Santos (Lisboa, 20 de março de 1936 – Lisboa, 10 de dezembro de 2016), cineasta.
Crítico de cinema, professor e realizador. É considerado como o grande teórico de uma geração de cineastas ligados ao Cinema Novo, onde se incluem nomes como Alfredo Tropa, Eduardo Geada, José Fonseca e Costa, António-Pedro Vasconcelos e João César Monteiro. “Brandos Costumes”(1975), anatomia das relações familiares sob o salazarismo, foi a primeira longa-metragem de Seixas Santos. Embora tardia, é considerada uma obra emblemática desta corrente.

Manuel Bola, Carlos Rodrigues (Setúbal, 3 de setembro de 1944 – Setúbal, 11 de dezembro de 2016), actor.
Fazia parte do elenco residente do Teatro Animação de Setúbal (TAS) e participou em inúmeras séries de televisão, entre as quais “Gente Fina é outra coisa”, “Os Malucos do Riso” ou “A Banqueira do Povo”. Entrou também nos filmes “Adeus, Pai” (1996), de Luís Filipe Rocha, e “O Fascínio” (2003), de José Fonseca e Costa. Morreu a 11 de dezembro de 2016, em Setúbal, seis dias após ter tido alta do Hospital de S. Bernardo, onde realizou uma cirurgia aos intestinos e onde chegou a estar internado na unidade de cuidados intensivos.

Laura Ferreira dos Santos(1959 – Braga,16 de dezembro de 2016), professora e escritora. Fundadora do movimento “Direito a Morrer com Dignidade”.
Pioneira da defesa da despenalização da eutanásia. Doutorada em Filosofia da Educação, professora aposentada da Universidade do Minho, foi autora, entre outros livros, de “Ajudas-me a morrer? A morte assistida na cultura ocidental do século XXI” e “Testamento Vital, o que é? Como elaborá-lo?”.

Sebastião Formosinho Simões (Oeiras, 1943 – Oeiras, 19 de dezembro de 2016), químico e professor universitário. Professor catedrático jubilado da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Foi secretário de Estado do Ensino Superior (1980-81) e presidente da Sociedade Portuguesa de Química, entre outros cargos

José Pracana (Ponta Delgada, S. Miguel, Açores, 18 de março de 1946 – Ponta Delgada, 26 de dezembro de 2016). Em 1964 iniciou a sua carreira como amador, no universo do Fado. Como guitarrista, acompanhou assiduamente Alfredo Marceneiro, Teresa Tarouca, Maria do Rosário Bettencourt, João Sabrosa, Vicente da Câmara, Manuel de Almeida, Alcindo Carvalho, João Ferreira Rosa, João Braga, Carlos Zel, Carlos Guedes de Amorim, Orlando Duarte, Arminda Alverenaz, entre outros

(0) Comentários
Escrever um Comentário
Nome (*)

Email (*) (não será divulgado)

Website

Comentário

Verificação
Autorizo que este comentário seja publicado



Comentários

PUB
crónicas remando
PUB
CONSULTAS ONLINE
Interessa-se pela política local?
 71%     Sim
 29%     Não
( 403 respostas )
© 2011 Jornal Abarca , todos os direitos reservados | Mapa do site | Quem Somos | Estatuto Editorial | Editora | Ficha Técnica | Desenvolvimento e Design