Manuel Fernandes Vicente irá apresentar, dia 2 de julho pelas 18h no Centro Cultural do Entroncamento, a sua quarta obra literária, intitulada “Música nas Cidades, Sons do Mundo”, uma obra que contempla 56 textos referentes a vários estilos musicais e a metrópoles urbanas de todo o mundo.

No livro, que completa a trilogia Música nas Cidades, inaugurada com o primeiro volume em 2008, já há muito esgotado, o autor procura encontrar elos, perspetivas e histórias reveladoras, e analisa as relações orgânicas entre os géneros e movimentos musicossociais e a essência urbana e a história própria das cidades onde tiveram origem ou onde encontraram condições para um desenvolvimento que soube sobressair.

“A música é a linguagem a querer ir mais além, e o sotaque típico que tantas urbes têm pertence-lhe e tem significado. A linguagem transmite pensamentos, a música é moldada por eles e transmite-os de uma certa forma”, refere o autor logo na introdução ao livro, onde também procura encontrar paralelismos entre o território e as suas manifestações culturais. “Já não se canta à volta de uma fogueira, mas a música ainda é algo capaz de juntar e unir quando se procura a cooperação ou a motivação de um grupo com sentimentos despertados pelo viver coletivo e por vínculos sociais, históricos ou afetivos”, completa.

O autor coloca algumas questões que pretendem que o leitor reflicta sobre a ligação entre a música e a sua raiz demográfica: “Será possível identificar “a região e o ano de produção” de um tema musical, de uma composição ou de um estilo de música? Haverá uma relação de causalidade, uma ligação de causa-efeito, entre os modos musicais e os centros urbanos, com todas as idiossincrasias que carregam?”, questiona.

O escritor testa, na sua obra, esta hipótese, com base em factos históricos e evidências reveladoras ou outras um pouco mais ocultas, e talvez tão ou mais autênticas. São 56 géneros musicais, e outras tantas cidades e fenómenos que marcam as suas interrelações.

Manuel Fernandes Vicente é professor de Matemática na Escola EB 2/3 Dr. Ruy de Andrade, no Entroncamento, cidade onde reside, e é colaborador de longa data do Jornal Abarca.