Arlindo Consolado Marques foi capa do Jornal Abarca na edição de junho na qual denunciava, sem meias palavras, o crime ambiental que tem invadido as águas do rio Tejo. O “Guardião de Tejo”, como é apelidado, mostrava-se revoltado pela inoperância das autoridades, cansado por ser dos poucos que não desiste mas determinado em levar esta luta a bom porto.
Esta semana os holofotes da imprensa nacional deram finalmente, e infelizmente, atenção à poluição no rio Tejo e tudo porque apareceram a boiar milhares de peixes mortos, provavelmente por consequência dos crimes ambientais que têm invadido as águas onde nos banhamos, que regam as nossas hortas e abastecem a nossa rede doméstica.
O “Guardião do Tejo” não tem desistido da sua luta e ao longo dos últimos meses tem intensificado a sua batalha. Numa série de vídeos publicados a semana passada na sua página de facebook (www.facebook.com/arlindomanuelconsolado.marques), Arlindo Consolado Marques mostra como a “espuma da morte” se acumula no Tejo, desde Niza até Belver (sem destino final), e como isso foi fatal para milhares de peixes, como a imagem denuncia.
Numa série de vídeos, o homem natural de Ortiga e guarda-policial em Torres Novas – guarda-rios em part-time – fala em “uma vergonha das grandes” mas pede “que o país veja o que está aqui”. Confessando que “até eu estou impressionado com isto” implora para que o “senhor Ministro e os senhores deputados da Assembleia da República não deixem que isto continue”.
Arlindo Consolado Marques, do movimento ambientalista ProTejo, considera “um atentado, é dantesco, o que está aqui” e mostra-se “indignado” com as imagens que vai revelando: “isto é mais peixe morto do que água à vista”. Culpa “as celuloses que só se interessam por dinheiro” e acredita que “o Tejo está morto!”, pedindo a intervenção do Primeiro-Ministro e do Presidente da República.
O ProTejo exige que sejam apuradas “as causas da morte de milhares de peixes ocorrida desde 13 de outubro de 2017, entre Vila Velha de Ródão e a barragem do Fratel, identificando e responsabilizando os agentes poluidores”. O movimento enviou uma carta ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anexando documentos que atestam a tragédia aqui vivida.