Na origem da devoção popular da Cova da Cruz está Olinda do Céu, a pequena vidente que em cinco de junho de 1947 teve uma visão grandiosa de Nossa Senhora quando ia a pé da sua casa em Chão das Maias para a igreja da Serra, no concelho de Tomar.
Quando uma vez, nos primeiros dias do invernoso outubro de 1995, em conversa com pessoa amiga tive conhecimento de um anacrónico culto popular que ocorria no lugar da Cova da Cruz, uma humilde várzea junto à estrada entre Chão das Maias e a Serra, no concelho de Tomar, fui tomado por uma daquelas curiosidades evangélicas que de vez em quando me assaltam. E fiz questão de conhecer a forma como decorreriam os rituais, um misto crenças populares, religião em direto e antropologia à la carte. (...)
Voltei ao santuário, que nunca entusiasmou nem foi reconhecido canonicamente pela Igreja Católica Romana, há poucos tempo, por sinal num dia frio e triste, com a lama das chuvas caídas antes a encherem o logradouro mariano que o povo conhece pelo “14”. E o que vi terá de ser encarado como uma daquelas singularidades inexplicáveis que persistem para contrariar os nossos vaticínios mais lineares e dar mais alguma cor a uma vida cinzenta, pelo menos tanto como estava aquele dia. (...)
Segundo os testemunhos recolhidos de pessoas frequentadoras do culto e também de moradores locais, muitos dos que inicialmente terão visto as manifestações mais estranhas no lugar pouco tempo depois já não tinham observado nada. E a vidente, de ídolo popular passou a ser alvo de apedrejamento na via pública, sobretudo pelo rapazio das escolas. (...)
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