O escanção têm méritos acrescidos que compartilham com os deuses: tinto ou branco, é bíblico o tema do seu muito saber, têm um conhecimento omnisciente do mundo através dos néctares que se produzem, e através deles não só evidenciam dons de sábios, como desfrutam do raro privilégio de extrair um enorme prazer enquanto trabalham.
Há um mistério profundo, uma aura dourada, que envolve o mundo dos escanções e que leva a opinião pública a colocar estes homens (e mulheres) num pedestal que assoma para os deuses do Monte Olimpo. São dons e talentos demiúrgicos que nos fazem reconhecer, a nós que não o somos nem os temos, o quanto somos mortais e efémeros os nossos desígnios. O escanção, ou sommelier, como preferem evocar agora os snobs nas suas arengas mais ou menos enfáticas e regadas, têm ainda outros méritos acrescidos que compartilham com os deuses: tinto ou branco, é bíblico o tema do seu muito saber, têm um conhecimento omnisciente do mundo através dos néctares que se produzem, e através deles não só evidenciam dons de sábios, como desfrutam do raro privilégio de extrair um enorme prazer enquanto trabalham. Tudo isto com a mais-valia de serem pagos para beberem e, como por magia, sem danificarem a sua reputação pessoal. (...)
“Um escanção é um especialista em bebidas e, além do vinho, este profissional deve aconselhar cafés, água, cocktails, cerveja etc. Não é uma tarefa fácil pela variedade que existe de bebidas e vinhos. Ser escanção/ sommelier é uma das profissões mais complexas que conheço. E, para além de todo o conhecimento de bebidas, tem de ser um grande gestor comercial e uma pessoal rica em cultura, historia, geografia etc”, afirma o presidente da AEP (...)
No fundo, culmina José Carlos Santanita, “um escanção é a ponte de comunicação entre o consumidor e o produtor. É ele que, com mestria, deve aconselhar e sugerir o vinho para aqueles determinados momentos que vivemos”.
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