Foi um império de grandezas e quase autossuficiente, hoje povoam-no o silêncio e as sombras.
Teve a governá-la o brilho das estrelas, o poder da Ordem dos Templários e, depois, da Ordem de Cristo, foi adquirido e cultivado por quem muito tinha e ainda mais podia ter, e, até há cerca de 50 anos, dirigido pela estratégia sábia e as mãos diligentes de Ruy d’Andrade e do Conde de Murça, era um império reconhecido e respeitado no mundo agrário do país. (...) Depois, as famílias dos dois sócios e timoneiros desuniram-se, a estratégia fragmentou-se e os interesses já muito divididos quiseram sobrepor-se. Os Sommer, a família de Ruy d’Andrade, queriam comprar a parte do conde, mas os herdeiros deste não queriam vender, sobretudo porque, sendo a família tremendamente abastada, não tinha necessidade de alienar o que quer que fosse. (...)