A luta feminista continua na ordem do dia e, em mês de Dia Internacional da Mulher, lembramos a história das nossas mulheres. Porque é fundamental não esquecer nomes que tornaram a sociedade mais justa para as mulheres.
O direito a ter um salário igual ao dos homens, o direito às liberdades mais básicas como ir a eventos sociais sozinhas ou conduzir (algo ainda proibido em alguns países), o drama da violência doméstica que afecta maioritariamente as mulheres, ou, e este é um dos maiores dramas da actualidade para as mulheres, a prática de mutilação genital é algo completamente descabido. Todos estes são exemplos de desigualdades inaceitáveis, cruéis e arcaicas que nem deveriam ser um assunto em 2020. Mesmo assim, também em Portugal, algumas destas injustiças são uma realidade. Um país onde, apesar de tudo, as diferenças são muito menores actualmente do que noutros tempos, não tão distantes assim. Tempos em que se fundou a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, que deixou um legado ainda hoje vivo. Recordamos, nestas linhas, os nomes incontornáveis de Ana de Castro Osório, Carolina Beatriz Ângelo e Adelaide Cabete: a prova de que para equilibrar a balança não se trata de ter o mesmo peso, trata-se de fazer mais força com menos recursos. A prova de que tudo é possível. (...)
Após vários recursos, o juiz João Baptista de Castro, pai de Ana de Castro Osório, proferiu a histórica sentença a 28 de Abril de 1911: “Excluir a mulher (…) só por ser mulher (…) é simplesmente absurdo e iníquo e em oposição com as próprias ideias da democracia e justiça proclamadas pelo Partido Republicano. (…) mando que a reclamante seja incluída no recenseamento eleitoral”. E assim se fez história! (...)
A sua obra [de Maria Lamas] “As Mulheres do Meu País”, que retrata a condição das mulheres em Portugal na década de 1940, constitui um dos retratos mais duros do Portugal fascista e é, por consequência, uma denúncia do regime ditatorial salazarista.
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