De que valem quarentenas de catorze dias quando não estamos preparados para enfrentar o décimo quinto e os que se seguem?
É uma questão de saúde pública. É um dever cívico manter a distância de segurança dos outros, não expandir doenças, medos ou sonhos.
Sinto que pertenço ao grupo dos audazes, consciente das responsabilidades sociais e ao mesmo tempo com medo que o tempo seja insuficiente para tudo aquilo que incluí na resposta à pergunta: o que queres ser quando fores grande?
Escolho as letras do teclado como se fosse o piano que nunca aprendi a tocar. Tento construir frases que retratem algumas das pessoas que vivem dentro de mim, mas faltam-me as palavras certas para qualquer uma delas. Não há gramática, melodia ou metotrexato que minimizem o sofrimento que me impede de ser.
Mas depois há aquele duplo arco-íris que me conduz até casa e me faz sorrir, sabendo que encontrarei um beijo, um abraço e um salto efusivo de quem até sentiu a minha falta e me recupera.
Outras vezes, como hoje, deixo os olhos brilhar por cima da máscara e tenho a sorte de ouvir: É tao bom ver-te. É tao bom vermos quem gostamos.
Dois mil e sempre só pode ser assim...