Ambas acabaram por recorrer à ajuda do Banco Alimentar Contra a Fome: “Essa senhora deu-me um endereço e enviei e-mail. Eles dão mercearias e isso vai ser muito importante para mim”, justifica Patrícia. Alguns dias depois recebeu um telefone da Junta de Freguesia da Charneca da Caparica para ir levantar bens, no sábado seguinte: “Como não tenho transporte, tinha as crianças comigo e chovia torrencialmente, tive de avisar que não conseguia ir”, lamenta. Ficou à espera de um novo contacto.
Adriana viu-se obrigada a recorrer à instituição quando o marido ficou uns tempos desempregado: “Ajudaram-me com o que eles chamam de alimentação de emergência”. Reconhece que esse apoio “foi muito importante, ajudou muito”. Garante que “felizmente nunca passei fome”, mas tal como Patrícia, isso deve-se “a ajudas de pessoas com alimentação”. Mesmo assim, a situação leva a que tenham de remediar-se: “Já fiquei sem ter algumas coisas, carne por exemplo”, lamenta.
Patrícia não duvida que a pandemia está a afectar os mais frágeis: “As famílias mais pobres estão a sofrer cada vez mais”, aponta. A falta de trabalho é uma preocupação constante: “Não consigo arranjar emprego, é sufocante. Ando sempre ansiosa e preocupada, principalmente por causa das crianças”. O novo confinamento ditou um problema adicional: “Agora nem limpezas posso fazer. Os estabelecimentos comerciais estão fechados e nas casas as pessoas não contratam porque como estão mais tempo fechadas acabam por cuidar da casa”.
Perante este cenário garante que vive “um dia de cada vez”, mas “se isto continuar assim, não sei…”. Fica o silêncio.
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