Faleceu durante a última madrugada a alcanenense Maria da Conceição Moita, figura muito respeitada na vila, de causas naturais. Partiu aos 83 anos, a poucos dias de completar mais um aniversário, que celebraria a 05 de Abril.
Maria da Conceição Moita destacou-se pelo combate ao fascismo em Portugal. Gabriel de Oliveira Feitor, historiador natural de Alcanena, destaca o papel da mulher na “luta pela liberdade, pela paz, pelo fim da guerra colonial”, lembrando a participação da alcanenense na famosa vigília na Capela do Rato, em 1972.
A sua acção política ditaria a prisão às mãos da PIDE em 1973. “Despiram-me toda, viram se não tinha objetos escondidos. Era de noite, hora de jantar. Fiquei logo na sala onde fui amplamente torturada durante muito tempo. Tive treze dias sem dormir. Obrigaram-me a ficar em pé nos últimos tempos. Foi muito violenta a tortura, sobretudo a do sono. (…) Era espantoso: chamavam os médicos e as enfermeiras para nos tratarem para poderem continuar a torturar-nos!”, escreveu. Acabaria por sair da prisão de Caxias a 26 de Abril de 1974 após a revolução.
À família enlutada o Jornal Abarca presta as sentidas condolências.