Poucos conhecerão esta história que remonta às invasões francesas, quando as tropas de Junot entraram por Segura, na Beira Baixa. O que então se seguiu só terminou na segunda década do século XX e envolveu três aldeias raianas: Alares, Cobeira e Cegonhas (Velhas).
Não há vivalma por estas bandas, descortino perdizes, poupas, sacarrabos, ginetas e veados sempre altivos e fugidios, ao longe um tranquilo rebanho de ovelhas, e alguns grifos planando num céu azul nublado de primavera, mas, para além do pastor, não avisto um ser humano por vários quilómetros, como se a nossa espécie se tivesse tornado incompatível com este lugar de onde já se avistam terras de Espanha. (...)
Um dia, em 1865, chegou a estas longínquas paragens uma figura um tanto enigmática, um desconhecido Visconde de Mourão, que benignamente acolheram, integraram e protegeram na comunidade sem perguntar quem era, de onde vinha ou para onde ia. Mas quem era mesmo o visconde? Era o que na altura se considerava um “foragido político”, não se sabe muito bem o que isso seria ou implicava. (...)
Vão até aos ermos de Alares, à Cubeira e às Cegonhas (Velhas) e, sentindo-se donos incondicionais dos montes, intimam os povos a que os abandonassem, deixando para trás as suas habitações, as culturas, tudo o que tinham criado com muito trabalho e sacrifícios durante anos e gerações. Os habitantes não se conformam e contestam estas exigências junto do Governador Civil de Castelo Branco (...)
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