Fernando José Salgueiro Maia faleceu a 3 de Abril de 1992. Deixou um legado único: o da Liberdade. O Capitão de Abril que nunca quis ser herói é uma inspiração para os tempos que correm. A este propósito falámos com Catarina, a filha, que herdou do pai mais do que o apelido.
São memórias de um pai divertido e afectuoso?
Sim, sim. Temos a ideia de que os militares têm sempre uma postura séria, mas nunca me lembro de ver o meu pai assim. Talvez porque queira guardar a imagem do sorriso, das brincadeiras e das gargalhadas, não tenho nenhuma memória do meu pai carrancudo ou a ralhar. Nenhuma, só tenho boas memórias.
O que julga que o seu pai pensaria do “estado a que chegámos” em 2021?
Tento não pensar nisso porque acho que a desilusão seria tão grande… O meu pai não saiu de casa naquela madrugada para isto. Não foi para isto. Não digo que está tudo errado, o nosso país cresceu imenso nos últimos 40 anos, sem dúvida, mas as discrepâncias sociais que continuam a existir são cada vez maiores.
Quando a abordei a primeira vez disselhe algo que pode ser um fardo, porque representa para os portugueses um bocadinho da herança que é a figura do Capitão Salgueiro Maia. Sente esse legado?
Não faço nada para tomar o lugar dele. Mas nas minhas atitudes tento nunca manchar o seu nome. Não deixei de ser a Catarina, mãe de quatro, que está no Luxemburgo. Mas nas minhas atitudes nunca me esqueço de que tenho um apelido.
Poderá ler a entrevista completa na edição em papel do Jornal Abarca, disponível nos postos de venda habituais.