A Aquanena, empresa municipal do concelho de Alcanena destinada à “gestão e exploração dos sistemas públicos de captação e distribuição de água e de drenagem e tratamento de águas residuais”, refuta qualquer responsabilidade no episódio de poluição no Alviela a 5 de Março, após ter sido identificada pela GNR como empresa prevaricadora.
Num esclarecimento publicado nas redes sociais, a empresa explica que os seus responsáveis souberam que era a Aquanena a empresa alvo de um “auto de notícia por contraordenação ambiental (...) por alegada descarga ilegal de “águas degradadas” no rio Alviela” no dia 27 de Março e de imediato pediram “uma reunião com o Comando Territorial da GNR de Santarém, para o devido esclarecimento da situação”, que viria a realizar-se no dia 30 de Março.
Nesse encontro os elementos da Aquanena ficaram a saber que o auto se referia a um foco de poluição registado a 5 de Março, data em que “a equipa técnica da Aquanena acompanhou a deslocação à ETAR de Alcanena de dois elementos da Equipa de Proteção da Natureza (EPNA) da GNR, que conduziam uma investigação às causas da presença de espuma no rio Alviela”.
Apesar da identificação da Aquanena como empresa infractora, a entidade refuta responsabilidades e explica que nessa data recolheu várias amostras “do efluente tratado à saída da ETAR, amostras em vários pontos do Rio Alviela, amostras na Ribeira de Amiais e Nascente dos Olhos de Água do Alviela, e amostras na Ribeira do Carvalho” e que os resultados não indicam “em nenhuma amostra a presença de agentes tensioativos aniónicos (detergentes) em concentrações superiores aos valores limite de emissão do parâmetro e com probabilidade de justificar a origem das espumas identificadas no rio Alviela”.
A empresa relembra ainda que no dia anterior à presença de espuma no rio Alviela, 4 de Março, houve um incêndio na empresa Prodyalca, “no qual foi utilizada uma grande quantidade de agente espumífero para o seu combate”, sugerindo assim que os dois episódios possam estar interligados.
A 12 de Março, a Agência Portuguesa do Ambiente explicou em declarações à TSF que “não foi feita a contenção de escorrências na sequência de um incêndio num armazém de produtos químicos e detergentes” e que “as escorrências provenientes do edifício do armazém acabaram poluir a linha de água”.
A Aquanena mostra-se indignada com a situação que “prejudica em muito todo o trabalho e o bom nome” da empresa e, por isso, está a preparar uma “contestação à queixa”.
O abarca já questionou o Comando Territorial de Santarém da GNR, responsável pela identificação da Aquanena como empresa poluidora no dia 5 de Março, aguardando resposta às questões efectuadas.