É um percurso pedestre extraordinário que junta as pedras antigas com os reptos modernos, o comum à surpresa, a contemplação à aventura, e está lá, com quase tudo o que os adeptos dos percursos feitos no calcorrear da terra e a gastar solas desejam.
Há nele um surpreendente e histórico trajeto sobre os velhos muros de sirga, onde antigamente se puxavam para montante os barcos carregados no Rio Tejo, trilhos de passagem entre muros, passadiços em linha e escadarias de madeira com panoramas fascinantes sobre o Tejo, incluindo módulos de contemplação de paisagens bucólicas e de observação de aves, uma arrojada ponte pedonal suspensa sobre a Ribeira do Figueiró e um temerário miradouro transparente de vidro Sky Walk projetado sobre o Tejo e já com vistas para a barragem do Fratel e a confluência do afluente Ocreza com o Tejo. (...)
Meto literalmente conversa, no Rossio da vila, com um pequeno grupo de quatro homens, nisorros de gema no carácter e na farpela, com sotaque típico e cantado, e já adentrados na poderosa casa dos oitenta. Contam-me traços de um episódio um pouco obscuro (ou obscurecido), que eu desconhecia em absoluto, tal e qual como a História oficial. Uma História que também tem os seus pudores. Porque os vencedores, que são quase sempre os que a contam, se não têm remorso, têm, por vezes, alguma vergonha. É o episódio da matança, ali no território de Nisa, dos pastores da Covilhã, às mãos de alguns tenebrosos cavaleiros templários e de uns quantos homens provenientes de Castelo Branco. (...)
Coisas que lhe moldam uma identidade que não se apaga: a sua olaria regional pedrada, os alinhavados e bordados e um queijo tão bom que comê-lo só pode ser crime ou pecado. E não é por ser de produção muito reduzida, quase artesanal, que deixa de ser um dos melhores do país, da Europa e do mundo. (...)
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