Apesar de homem sempre ligado à Azinhaga, ao seu rancho e à vida na lezíria ribatejana, Fernando Pombo não nasceu lá: “Na verdade, nasci em São Vicente do Paúl (Santarém), em 1951, numa casa perto da igreja. Nasci barrão, mas com alma de lezíria”.

Avançado temido nos seus tempos de futebolista ágil e de instinto goleador, presidente ainda hoje do Rancho Folclórico “Os Campinos” da Azinhaga, onde começou como um pé-de-chumbo, atleta persistente, maratonista e duatlista de méritos e que não desiste, e vogal da assembleia da sua freguesia durante algum tempo, Fernando Pombo é uma figura reconhecida, grada e respeitada em toda a Azinhaga, no concelho da Golegã. (...)

O seu “plano B” era o de prosseguir os estudos no Instituto Nacional de Educação Física, que ainda frequentou durante um trimestre, em 1969, e tornar-se professor de Educação Física, mas a doença do pai acabaria por gorar esta opção.

“Fui para a Força Aérea, para a Base Aérea da Ota, depois continuei nos Açores, na Base das Lajes − Ilha Terceira, onde também joguei futebol em Vila Nova, e, por fim, regressei à Ota para realizar o curso de formação de sargentos. Seguiu-se a base de Monte Real e, finalmente, Nampula, já em Moçambique”, conta Fernando Pombo. Ali cumpriu um longo serviço militar, que incluiu cinco anos de África, mas que esteve longe de ser uma penitência ou sequer um sacrifício. (...)

“O rancho representa a vida tradicional da Azinhaga, nós temos a nossa identidade feita de muitos campinos, de maiorais e do maioral real dos touros, havia ceifeiras, e as mulheres dos camponeses que serviam aos domingos nas casas dos patrões, e por isso é natural que os trajes tenham avental”, observa o responsável, notando que os críticos mais puristas e frenéticos não concordam com algumas vestes. “Mas a identidade da aldeia não tem de ser igual à de outros lados, com outras realidades sociais e culturais”, defende. (...)

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