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04 MAI 2021
ENTREVISTA | Carmelinda Pereira: "As revoluções estão sempre em construção"
Por Jornal Abarca

Nasceu no Outeiro Grande (Torres Novas) e foi uma das primeiras 20 mulheres a ser eleita deputada em Portugal. Incompatibilizou-se com Mário Soares, por não ceder aos valores da revolução, e é uma eterna inconformada na luta pelos direitos dos trabalhadores. Aos 72 anos, não desiste dos seus ideais.

 

Que recordações tem da sua infância?
As recordações mais fortes são na escola. A minha infância foi na aldeia, em Outeiro Grande. Há quem diga que as memórias da infância são o jardim da nossa vida, com a memória selectiva temos tendência para guardar as melhores coisas que nos marcaram. Aquilo que me marca de facto são processos de relacionamento com a família, os vizinhos e a comunidade. Um afecto fortíssimo com os meus avós. E uma liberdade imensa, que era o que tínhamos na aldeia. (...)

Em 1977, enquanto deputada do PS, entra em ruptura com Mário Soares e é expulsa do partido, juntamente com Aires Rodrigues. Os motivos foram exclusivamente o voto contra o Orçamento de Estado, ou já havia uma cisão mais profunda?
Até hoje somos os únicos deputados expulsos do PS. Não fomos nós que rompemos, fomos empurrados, mas já havia um movimento de contestação muito forte dentro do PS. Foi um partido fundado em 1973 na Alemanha, mas construiu-se como grande partido implantado na população com a revolução, portanto o PS tem uma raiz revolucionária. O PS teve de escolher entre aceitar uma linha de escolhas em nome dos trabalhadores, ou fazer uma política de privatizações que era a política do Fundo Monetário Internacional (FMI). Quando foi a votação do Orçamento de Estado percebemos que aquele documento era um orçamento de guerra contra tudo o que tínhamos feito e eu não podia votar a favor. (...)

Quais as melhores memórias que guarda de mais de 50 anos de actividade política?
A memória mais maravilhosa foi poder assistir à libertação dos presos políticos de Caxias após o 25 de Abril. Estava lá! Foi uma coisa... um sonho concretizado! Há três grandes marcas na minha vida: os nascimentos dos meus dois filhos e a libertação dos presos de Caxias.

 

Poderá ler a entrevista completa na edição em papel do Jornal Abarca, disponível nos postos de venda habituais.

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