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16 MAI 2021
OPINIÃO | "Duas Desgraças", por António Carvalho
Por Jornal Abarca

COVID-19

Confirmou-se a minha suspeita. Não se viu, da parte do Governo, do Serviço Nacional da Saúde, ou mesmo da Ordem dos Médicos, nada que alertasse a população para a necessidade de, além das máscaras e do distanciamento, ter uma alimentação racional, uma suplementação adequada, apanhar ar e fazer algum exercício. Ao invés, a propaganda às vacinas e à vacinação atingiu níveis tragicómicos, principalmente na televisão, escondendo a ignorância reinante e os eventuais aspectos negativos da vacinação em massa e por diversas espécies de vacinas. Em vez de se discutirem ideias que pudessem ajudar a salvar vidas ou a minimizar os efeitos da doença, cuidou-se de silenciar o Movimento dos Médicos pela Verdade, insinuando que estavam ligados à extrema direita e abrindo processos disciplinares intimidatórios. Houve uma propaganda exagerada dos benefícios das vacinas artificiais cujas validades e efeitos a longo prazo ainda não são conhecidos, assim como as sequelas deixadas pela covid-19.

O bom senso indicaria que a grande campanha a dinamizar pelos governos, fosse a “literacia” na Saúde para contrabalançar o sedentarismo decorrente do tipo de trabalho da maior parte das populações, escravas de computadores ou ajudadas por “robôs” e da alimentação feita, nas grandes cidades, à base de alimentos processados, assim como da intoxicação devida aos remédios alopáticos e à poluição ambiental, mas os interesses desmesurados das indústrias alimentares e farmacêuticas têm falado mais alto.

 

SÓCRATES

Em 2004 ou 05, quando já era primeiro ministro, veio José Sócrates, antes da “época dos fogos” a Abrantes, com pompa e circunstância, para declarar que naquele ano, podíamos estar descansados: não haveria mais grandes incêndios florestais porque estavam assegurados pelo seu governo os meios de combate e a estratégia adequada para que nada de grave acontecesse. Na realidade, o conhecido e exagerado optimismo de Sócrates, não se concretizou. Na parte norte do concelho de Abrantes, ardeu tudo o que arderia sem a presença dos bombeiros que, vindos de longe, se mostraram de uma ineficiência confrangedora.

Há uma dúzia de anos, (Junho de 2009)“ escrevi eu, ao notar uma mudança de atitude do primeiro ministro:

“Anda todo o mundo português preocupado e discutindo se o Primeiro Ministro, é ou não é um “animal feroz”. O olhar doce, o gesto contido, a voz suave com que ultimamente nos tem aparecido na televisão baralharam os espíritos. Sem razão. De há muito, há pelo menos cinco anos, que todos lhe reconhecemos uma capacidade invulgar de representar os papéis que os seus assessores de marketing lhe têm indicado. Será por isso justo que o consideremos um actor, um mimo, extraordinário. De tal forma que, se o Eng. Sócrates fosse rei, por certo ficaria na História de Portugal como Sócrates, o pantomineiro.”

Hoje, não posso afirmar que o ex-primeiro ministro é ou não criminoso, mas tenho o direito de me indignar ao ouvi-lo contar histórias da carochinha para justificar que não era luxuosa a vida que levou, em Paris, depois de sair do governo. Em flagrante e infantil contradição, vem depois dizer que a riqueza da sua família lhe permitia levar aquela vida, mas é acusado de “mandar” o seu amigo emprestar-lhe milhões de euros e a nossa indignação quase se transforma em compaixão. Patético? Não. Patetas somos nós.

No entanto, a Operação Marquês não será o mais preocupante, nem Sócrates o presumível maior culpado. De onde nasceram os muitos milhões que circularam entre os primitivos arguidos? E porquê, ou para quê, a encenação, o espectáculo que o Juiz Ivo Rosa nos deu para anunciar a sua decisão de não levar Sócrates a julgamento por corrupção? E porquê a insinuação de que Sócrates teria sido prejudicado ao ser investigado por quem foi?

Mesmo para leigos, como eu, é confrangedor verificar a lentidão da Justiça e que há órgãos do nosso Sistema de Justiça que publicamente se acusam de incompetência.

Desejaria, não sei se por masoquismo, conhecer as sentenças finais deste processo. Feliz ou infelizmente, e ao contrário do que eu ainda há poucos meses esperava, parece-me mais provável chegar a ver o meu Sporting campeão...

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