Ricos - O futebol europeu entrou em pânico. O recente anúncio da famigerada Superliga Europeia pelos doze clubes que a subscreveram, veio colocar em causa aquilo que é a organização usual em termos de competições europeias sob a égide da UEFA. Mais do que qualquer motivação de índole desportiva com a criação de uma nova prova, o singular interesse que lhe está subjacente resume-se exclusivamente a questões financeiras e cujo único propósito é fazer dos clubes ricos, cada mais ricos, e dos clubes menos ricos torná-los cada vez mais pobres. Uma evidência tão grande que acaba por revelar-se ridícula.
A reação da UEFA não se fez esperar. E entre a ameaça da exclusão dos ditos clubes das provas nacionais e internacionais e a proibição dos seus jogadores em representar as suas seleções, os dados estão lançados para um diferendo cuja resolução não se adivinha fácil, caso a intransigência e bem da UEFA (é a minha modesta opinião) seja levada até ao fim. Por outro lado, o poderio económico dos envolvidos e as milionárias receitas capazes de gerar, poderão pesar e muito numa balança já de si desequilibrada. Esperar para ver.
Não foi preciso… Um dia depois tudo se desmoronou.
Retoma - Fez-se luz. Depois de meses e meses em que muitos milhares de crianças e jovens se viram impedidos de praticar desporto, neste caso particular o futebol, pelas razões sobejamente conhecidas, eis que a última atualização da Orientação 036/2020 da Direção-Geral de Saúde veio abrir uma janela oportunidade para que os escalões de formação pudessem ver retomada a sua atividade desde o passado dia 19 de Abril. Uma decisão por muitos esperada mas principalmente desejada, num quadro em que vários ainda são aqueles que colocam reservas a esta autorização, tantos são os medos e inquietações que os assolam, como também pela obrigação a que os atletas estão acometidos quanto à realização de um teste, cujo resultado terá que revelar-se negativo. Uma exigência que levantou imediatamente alguma celeuma, já que o custo dos referidos testes teria que ser imputado aos clubes, uma realidade que, por si só, iria agravar ainda mais as já depauperadas condições financeiras dos mesmos. Contudo, e numa altura em que é deveras importante a colaboração e envolvência de todos, nomeadamente dos organismos estatais, muitas têm sido as autarquias que têm dito presente, assegurando a realização dos testes de forma gratuita a todos os atletas, contribuindo decisivamente para que a segurança de todos quantos estão envolvidos no fenómeno desportivo esteja garantida a níveis significativos.
Uma palavra de congratulação a todos os autarcas que percebem da poda, como sói dizer-se, ao contrário daqueles, felizmente poucos, cujas prioridades são muito discutíveis.