Devido a contaminação de solos a que é totalmente alheio, João Cruz Dias perdeu o certificado de produção biológica da empresa Hortas da Aldeia, e nem sequer pode utilizar a água dos seus poços para dar de beber ao gado. Não pretende responsabilizar ninguém, mas quer ver a sua situação resolvida.
Em 2003, após mais de 30 anos ligado à Força Aérea Portuguesa, João Cruz Dias decidiu voltar às origens e instalou-se em Santa Margarida da Coutada, concelho de Constância, onde criou o projecto de agricultura biológica “Hortas da Aldeia”. Por trás da sua casa, um longo terreno cultivou durante anos produtos hortícolas, onde agora pastam meia dúzia de cabras cujos nomes Cruz Dias, e a amiga Idalina sabem de cor. Para lá da alegria contagiante com que nos recebe, vive desde 2010 atormentado com problemas ambientais no seu terreno. (...)
Para se entender a dimensão do problema, Bárbara Oliveira, da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária [DGAV], informou Cruz Dias que para o “uso de água para beber ou dar de beber aos animais deve ser atingido níveis inferiores a 0,01ug/l” de Bromacil, mas as análises da APA revelam a presença de “níveis de 8,8ug/l” no poço do queixoso. Os níveis de Bromacil registados no terreno de Cruz Dias são 880 vezes superiores ao permitido, (...)
Não é fácil aceitar as consequências de algo que não provocou, mas é bastante claro em relação às suas intenções: “Não vou pedir nenhuma indemnização, não é isso que me move”, explica. Apenas quer “uma solução para o problema” e que o seu caso sirva para prevenir situações semelhantes no futuro: “Pretendo uma acção pedagógica, não quero criminalizar ninguém”, diz. (...)
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