A ideia dos programadores do projeto Rail Fest, Programa Cultural em Rede, da realização de um seminário sobre Literatura de Viagens foi um belo e gratificante estímulo, a escolha dos convidados criteriosa e certeira, e o momento e o local - o Museu Ferroviário Nacional no Entroncamento no dia 20 de junho, altura em que a cidade completava os 30 anos com esse estatuto - dificilmente seriam mais apropriados.

Há bastantes formas de viajar, e sobre cada uma delas são múltiplas as formas de as abordar através da literatura, de narrativas, que também passam pela opípara designação de literatura odepórica. Podemos viajar a pé, a gastar a sola dos sapatos no chão, e embebendo-nos de forma profunda dentro de um cenário, decerto a forma mais genuína de o fazer, e também, julgo eu, a mais antiga e democrática. (...)

Com Carlos Vaz Marques no leme, como moderador, os escritores de viagens (e de outros temas) Raquel Ochoa, Francisco José Viegas e Afonso Cruz nos remos, e um público sempre muito interessado a bordo da sala enobrecida com a presença cúmplice do Comboio Real, a viagem contou com episódios curiosos associados às várias narrativas dos seus tripulantes. (...)

“O mapa de Portugal é o mapa da ferrovia portuguesa, com as suas linhas e ramais a acompanharem os rios e as serras, a orografia nacional. Há povoações que só existiram porque existiram essas linhas, e quando fecharam as linhas acabaram as povoações; mas eu ainda gostaria de fazer um dia uma viagem por essas linhas abandonadas”, observa. (...)

Poderá ler a reportagem completa na edição em papel do Jornal Abarca, disponível nos postos de venda habituais.