António Gentil Martins é um dos mais conceituados médicos portugueses. Tal como o seu pai, natural do concelho de Abrantes, foi também atleta olímpico. Uma vida extensa e rica recordada numa entrevista frontal.
De onde vem a sua ligação à nossa região, nomeadamente a Abrantes?
A ligação surge porque o meu pai, António Augusto da Silva Martins, nasceu em São Miguel do Rio Torto. Depois foi para Coimbra, onde começou a fazer ginástica e tornou-se o maior atleta português de todos os tempos. Decidiu fazer o curso de medicina em Lisboa. Mas a ligação vem por essa via. A grande Fábrica de Moagem de Abrantes era do avô dele. Isto que está ali [aponta para uma estatueta] é um presente dado pelo Rei Afonso XIII de Espanha ao meu vô quando visitou a Fábrica de Moagem de Abrantes. Fui à inauguração do busto do meu pai no jardim do Castelo e mais tarde fiquei muito triste quando soube que tinha sido roubado. Foi-me prometido que seria reposto, mas ainda não aconteceu. Vou continuar a insistir disposto a ajudar no que for preciso.
O Serviço Nacional de Saúde falhou?
Está falhado por princípio. Uma pessoa que hipoteca a casa para se salvar porque tem de ir ao privado, isso não deve nem pode acontecer. O SNS vai rebentar, assim não tem hipótese nenhuma. Tenho pena que os políticos ainda não tenham entendido que existem agora dois tipos de medicina: para os que podem e os que não podem. Não me interessa que seja um governo de esquerda ou de direita, quero que seja certo, que a maioria da população tenha o melhor possível.
Teme a morte?
Não, é obrigatório. Gostaria de não sofrer. Se tiver de ser, paciência. Espero que os meus colegas me tirem o máximo de dor.
Poderá ler a entrevista completa na edição em papel do Jornal Abarca, disponível nos postos de venda habituais.