Fiz contas e cheguei `a conclusão que assumi a direcção de abarca há quase 16 anos. Ou seja mais de metade da existência deste jornal tem escrito no cabeçalho, para o bem e para o mal, o meu nome como directora. Nada de mais, não foi um objectivo, mas antes um conjunto de circunstâncias que me levaram a assumir o cargo.

Durante este tempo, abarca foi mensário, passou a quinzenário e durante um ano foi semanário. Voltou à periodicidade anterior para se fixar em mensário. Um jornal mensal com características singulares e diferentes que, sem esquecer o seu estatuto editorial e preservando os princípios deontológicos e de liberdade de expressão, se firmou em abril de 2015. Um jornal/revista que de forma diferenciada noticia a região onde está inserido com reportagens e entrevistas.

Temos a nossa própria agenda e queremos sempre ir mais além do que o imediatismo impõe, num tempo em que a notícia surge em simultâneo, quando não antes, do “facto” acontecer. Claro que utilizamos e respeitamos o online, tendo sempre presente os princípios que nos regem e é, igualmente, óbvio que numa publicação mensal exige-se bem mais do que o relato puro e simples de um acontecimento que quando sai à estampa já passou há muito. Cheiraria a mofo.

Longe de pensar que somos perfeitos, cometemos erros, claro que sim… Neste navegar, continuamos a ver o cais não como ponto de chegada, mas como ponto de partida para a viagem que dia a dia, mês a mês tentamos que seja melhor.

Gostamos de jornais. Gostamos de uma profissão que assumimos, no meu caso há quatro décadas (mal de quem nasceu em meados da década de 50…). E gostamos que as nossas páginas contenham uma vasta diversidade de opiniões, expressão das sensibilidades e interesses dos seus autores a quem nunca é demais agradecer. abarca nunca seria a mesma publicação sem este inestimável contributo.

Um jornal tem como fim último chegar aos leitores. É para eles que escrevemos, caso contrário guardaríamos os nossos textos nas gavetas e teríamos como objectivo a satisfação da nossa introspecção, legítimo e meritório. A diferença reside no alvo e nos jornais esse é os que o leem. O nosso muito obrigado aos que nos seguem, compram as nossas edições nas bancas, ou esperam (por vezes quase desesperam porque os CTT andam bastante lentos) que abarca chegue às caixas do correio, os nossos assinantes.

Toda esta viagem também não seria possível sem os nossos anunciantes. Os que escrevem fornecem a matéria, os que publicitam possibilitam o seu transporte. E uns sem ou outros não funcionam. É esta junção de esforços que origina que abarca abarque e navegue nestas águas, nem sempre calmas.

Para todos o nosso sentido abraço de agradecimento.

E posto isto partimos para mais um ano, para mais uma viagem.