Depois da covid, veio a vacina, depois da vacina voltamos todos a estar juntos, comer juntos, celebrar juntos, sem nunca nos esquecermos de como as mais simples liberdades nos podem ser roubadas ou usurpadas num lapso de segundo, sem nos esquercermos de como éramos arrogantes antes de tudo o que se passou…
Agora tudo nos entretem e diverte, as aventuras do príncipe fugido de Inglaterra, as peripécias políticas do Costa e da sua família entranhada na rede do poder, as afirmações LGBT ou o ser binário, os trilionários por engano da criptcoin… enfim que mundo diverso e confuso este que vivemos… O que não deixa de ser interessante é verificar que ninguém se levante para continuar a revolução verde inciada por Greta Thunberg. Aliás onde está Greta Thumberg? Porque ninguém investiga o facto de doenças como o cancro continuarem a matar num mundo em que quase num ano foi possível descobrir a vacina para a pandemia do século? Quanto custa por paciente o tratamento de um paciente com cancro e por quanto fica a cura? Quanto ganham as empresas famacêuticas por doênca? Será que seria interessante analisar os valores por doença ou este trabalho é tão minucioso que assuta qualquer investigador? Ou será que a doença pode afinal ser bem mais valiosa do que a cura para pessoas de muito bom trato? Ahhh… estes são os meus temas preferidos de antiga jornalista e investigadora… se alguma organização estiver interessada em financiar o estudo, tenho muito gosto em prosseguir com a análise de factos.
Mas e enquanto eu me perco nestas considerações, temos de ser realistas, a verdade é que devemos apreciar o que realmente importa… Futebol e o Euro milhões…o futebol nós já sabemos faz ferver o sangue das massas, que gosto ver as pessoas a movimentarem-se em grupo para Sevilha, ver aqui no país onde vivo os supermercados vestidos de arraial com as cores preta, amarela e vermelha… que alegria que é, que grande festa… E tudo o que se passou lá atrás o que foi afinal?
Desculpem se eu vos insulto com a amargura desta crónica, desculpem se estou a magoar o vosso senso de «eles é que sabem, eles é que têm a culpa», desculpem se o vosso desprendimento e esquecimento repentino de tudo o que estava lá atrás me dá asco, eu não consigo nem posso esquecer… Desculpem se eu não me consigo esquecer de como era a minha vida antes da internet. Eu tinha mesmo uma vida própria, não uma vida partilhada… desculpem no fundo se vos faço pensar.
Este número do jornal celebra o aniversário da abarca e neste momento a única coisa que posso pensar de positivo é que pelo menos continuam a existir jornais que antes e depois do covid não puseram máscaras nas crónicas ou nas notícias dos jornalistas. Obrigado a estes por ainda existirem.