O estio está no pino, o calor vai-vem, nas praias as medidas sanitárias foram atiradas energicamente para as urtigas, «a estação maluca» só se faz sentir no intrincado labirinto do universo do futebol, no Benfica o glorioso um tufão de índole caribenha empalidece a glória do passado, mesmo do recente, sucessivas revelações retiradas de um processo da lavra do Ministério Público atiçam discussões na praça pública levando o advogado Magalhães e Silva a vir a terreiro a rebater acusações contra Luís Filipe Vieira, provocando a ira do presidente da associação (sindicato dos juízes) por o advogado ser membro do conselho superior do Ministério Público, esquecendo o dito segredo de justiça que vai para além de Polichinelo.
A referida «estação maluca» surfa a onda da bola, ameaça transformar a procissão de casos em enxurrada lamacenta e, certamente, o craque Ronaldo fugindo da lama decidiu alargar a sua área de negócios à agricultura cultivando cenouras em Almeirim.
A diva Ronaldo principiará a exportar cenouras com o logo CR-7 levando as mulheres a preferi-las pois comer cenouras fazem os olhos bonitos, os homens vão esperar o alargamento produtivo do goleador à vinha, ao melão, ao tomate, a buliçosa companheira Georgina, qual Olívia palito esperará pelo óbvio: espinafres exclusivos destinados à preparação de sopas cujos efeitos sejam iguais aos do Popey porque a prole tem de aumentar de forma aos muitos milhões serem gastos alegremente, depois dos meninos, receberem a bênção de dona Dolores, ilustre intelectual madeirense, figura televisiva deste estio de recorte assim-assim ao ritmo da pandemia solerte e atormentadora de todos quantos sabem o perigo mortal ao ousarem enfrentar a Senhora da gadanha.
O ministro Cabrita dá graças aos deuses em face dos desvarios da bola, assim pode respirar melhor, de qualquer modo, dada a sua tendência para a asneira acredito na possibilidade de quando tivermos acesso ao relatório da farândola sportinguista o fel subir-lhe-á boca provocando-lhe amargos na comissura dos lábios.
Voltou a aparecer nas bancas o jornal Tal & Qual, misto de requentado e caldo viçoso tem o condão de recordar em tons revivalistas facécias de Pintas de alto quilate, raparigas hoje deslustradas pela idade, apesar disso, capazes de ensinarem as boas maneiras às pseudo vedetas de agora, leiam-se as críticas do senhor televisão para intuírem a incompetência destilada a rodos nos programas que mastigam na sua apresentação.
Nós por cá todos bem diria o grande amigo de charutos e águas de vida e sublime cartonista, desenhador emérito Vasco, Vasco Castro falecido no começo do mês de Julho. O gozado gozador da vida quer no exílio, quer na nossa pátria (sou patriota, não sou patrioteiro) o seu traço grosso proporcionou-me gargalhadas e repiques para escrever crónicas feéricas. Obrigado Vasco!
Pensar no futuro já me deu muito mais trabalho, a galopante dívida havemos de a pagar, o impoluto José Sócrates afirmou que as dívidas não se pagam…vão-se pagando, o guloso ministro Nuno Santos alinhará pelo mesmo diapasão, nós gemendo, dormentes, iremos suportar a escrófula. Para que me preocupar!
A morte é certa reza o anexim, por que perdi a prática de rezar colhida na casa paterna, procuro ganhar consolação e repouso espiritual lendo os clássicos incluindo romances, desde Ana Karenine, ao menos clássicos como é o caso de Mau tempo no canal, a Margarida Uolmo (que conheci) nos Açores, causadora de grave desgosto amoroso ao romancista do bem realizado programa Se Bem Me Lembro. Nos dias de agora nem o mestre da prosa e fecundo poeta logra valimento nas escolas, quanto mais o programa nemesiano!
Uma televisão anunciou com pompa e circunstância o facto de o inefável ministro do Ambiente ter sido apanhado no carro estatal a circular a 200 à hora, o fundamentalista governante garantiu não ter dado por nada, sendo assim o motorista merece louvor e aumento de ordenado na justa medida da sua condução adormecer o sr. Matos Fernandes, livrando-o de ver camionetas, carrinhas e carros a expelirem fumaradas espessas a evidenciarem falta de inspecção há muito tempo. Sendo ministro do Ambiente prefere dormir a cheirar. Chamem-lhe tolo!