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15 AGO 2021
OPINIÃO | "Limites", por Humberto Lopes
Por Jornal Abarca

O Ser Humano é limitado.

O Planeta Terra é limitado.

Ou seja, há limites!

O Universo, diz-se, sem prova, é ilimitado.

A noção de limite que também tem a ver com a Matemática, leva-nos, em certos casos, a contemplar o ilimitado, no sentido de infinito!

Reparemos no seguinte: os números naturais (1, 2, 3, 4, 5, 6, ...) têm, cada um, o seu inverso, 1/n, sendo n a designação de número natural. Estes números inversos dos naturais são menores ou iguais a 1, mas são maiores do que 0 (zero), pois uma fracção só é 0 quando o numerador for 0 e o denominador diferente de 0. Assim, como os números naturais são em número infinito (nunca acabam), os seus inversos também são em número infinito! Como estes se situam entre 0 e 1, temos que, entre o 0 e o 1, existe um número infinito de números. Temos aqui um infinito real que podemos contemplar! Já os números naturais são em número infinito, não o contemplamos. Temos um infinito potencial.

Também dizemos que o 0 é o limite, isto é, à medida em que vão ”caminhando” aproximam-se cada vez mais do 0, sem nunca o serem. Pelo contrário, a sucessão dos números naturais não tem limite, tende para o infinito, são cada vez maiores.

Mas deixemos a Matemática e passemos à vida real que também tem os seus limites. Estes limites levam-nos a criar regras para que se não ultrapassem. Ultrapassar um limite na vida quotidiana pode ser altamente lesivo da mente e/ou do físico humano, isto é, da vida do Ser Humano.

O Planeta Terra é limitado no espaço e nos recursos que o Ser Humano habita e utiliza para viver. Assim, há limites, logo regras. Ultrapassar limites significa, em termos de habitat no nosso Planeta, que as condições de manutenção da vida podem caminhar para uma situação de impossibilidade!

Impossibilidade que tanto pode resultar dos efeitos que esses factos produzem no meio em que a vida humana é possível, como pode resultar do esgotamento dos recursos que sustentam essa vida. Aliás, estamos a presenciar situações no Planeta que são o resultado de o Homem não ter observado os limites e as regras que eles impõem para a continuação da vida futura.

Como exemplo temos o clima, sistema caótico, que o Homem não domina, nem consegue prever para o dia de amanhã! Depois temos os recursos naturais, exemplo do petróleo e do gás natural! Tanto um como o outro são finitos, têm limites que nem sequer se ultrapassam dado que se esgotam. Temos consciência destes factos reais que o limitado espaço do Planeta Terra nos devia ter levado à definição de regras, para que o futuro fosse possível?

Estamos a presenciar, cada dia com mais frequência, os resultados destas acções ditas do Homem sobre a Terra.

Podemos estar a acordar agora para esta situação, mas poderá ser demasiado tarde!

Toda a vida, no dia a dia, tem os seus limites que o Homem, por ignorância, vaidade, orgulho, má educação, individualismo, falta de solidariedade e ego do “tamanho do mundo”, ignora e, muitas vezes, sente prazer em ultrapassar. Todos os dias damos conta disso. No tempo presente há quem lhe chame, aos limites, linhas vermelhas, mas sejam vermelhas, brancas, amarelas ou lá o que forem, são limites a não ultrapassar pelo respeito que a vida de todos nos deve merecer.

Todos os dias damos conta até de vidas humanas que se perdem por outros ultrapassarem limites.

Sabemos que a vida humana tem limite, não o antecipemos!

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