Se o trabalho em curso da Estratégia Nacional para o Mar for conduzido a bom porto, Portugal ficará com a décima maior Zona Económica Exclusiva (ZEE) do mundo. E terá também direito aos recursos minerais e biológicos que forem identificados na sua plataforma continental. Da área do país, 97 por cento será mar. O mar que nos liga ao passado e ao futuro.
Heróis do mar, nobre povo, nação valente… Os oceanos são inegavelmente o desígnio dos portugueses. Foram-no quando as naus e caravelas portuguesas partiram de Lisboa, de Lagos, de Sagres, e os lugres com pescadores de Ílhavo, Figueira da Foz ou da Fuzeta foram ímpares nos mares da Groenlândia e da Terra Nova, e foram ainda o chão que os nossos Ícaros marítimos galgaram para nos levaram para mais além do que os mundos conhecidos. “Nenhuma barca europeia está mais carregada de passado do que a nossa. Talvez por ter sido a primeira a largar do cais europeu e a última a regressar”, assim escreveu o já saudoso escritor e filósofo Eduardo Lourenço. (...)
Ligado de algum modo ao propósito da EMEPC está o conceito de economia azul, que é uma nova forma de olhar para o mar e imaginar as formas de, simultaneamente, o proteger e dele tirar proveito económico. Já havia a economia do mar, com as suas atividades tradicionais, como as pescas, a aquicultura, as indústrias de conservas, a extração de petróleo, a construção e a reparação naval, a náutica de recreio, os cruzeiros turísticos… Porém, a economia azul olha para o mar de forma sustentável, e procura equilíbrios entre o proveito e o respeito, ou seja, entre a exploração económica dos oceanos e a preservação dos seus ecossistemas e habitats marinhos e costeiros que armazenam carbono, de modo a garantir a permanência dos recursos e das atividades. (...)
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