A poucos dias da realização de mais umas eleições autárquicas e com isso a perspetiva do surgimento de novos atores políticos no poder local ou, simplesmente, a continuidade daqueles a quem nos últimos anos tem sido confiada essa missão, a abordagem de temáticas relacionadas com políticas desportivas volta a estar na ordem do dia, consoante a importância que cada força política ou movimento de cidadãos empresta às mesmas. E, em função daquilo que são as prioridades de cada município, ou melhor, dos autarcas que a cada momento os lideram, em particular quem está no topo da hierarquia, a definição das linhas de orientação constantes nos programas eleitorais, assume primordial relevo, não só na oferta de atividades desportivas, formais e informais, que é disponibilizada, bem como na expetativa que é criada junto do tecido associativo de cariz desportivo existente em cada concelho.
Sem individualizar aquilo que tem sido a promoção e desenvolvimento do desporto em cada concelho da área de influência do Jornal abarca, seja por iniciativa das respetivas autarquias, como também pelos clubes, num quadro diferenciador de concelho para concelho, dadas as especificadas e condições de cada um, traduzidas em melhores ou piores infraestruturas ou nas diferentes dinâmicas que os seus clubes apresentam – não podendo deixar de fazer referência aos enormes constrangimentos causados pela pandemia Covid-19 – a realidade mostra-nos que a cada plebiscito autárquico muitas são as esperanças que emergem ou que se renovam. Proporcionais, logicamente, aquilo que é o quadro de satisfação que os seus munícipes e clubes evidenciam.
E se nalguns casos a necessidade de alterar o rumo que tem sido seguido assume alguma premência, outros há em que os tempos não estão para experimentações. Porque a estratégia implementada, mais do que numa perspetiva pessoal, mas no entendimento dos clubes, parece-me a adequada, contudo, sempre suscetível dos indispensáveis reajustamentos.
De uma coisa estamos certos e independentemente dos argumentos que estejam ou venham a ser dirimidos, com maior ou menor animosidade, realizadas as eleições, todos os seus intervenientes, vencedores e vencidos, que venham a assumir as funções para as quais forem eleitos, só poderão ter um desígnio em mente e que passará por continuar a defender as suas terras, as suas populações e nunca um qualquer proveito particular, seja de índole partidária ou outro qualquer que se sobreponha aquilo que deve ser o interesse coletivo. Porque isso, desgraçadamente, amiúde, ainda vai acontecendo.