A 1 de Outubro celebra-se o Dia Mundial da Música e fomos conhecer o Atelier do Acórdeon em Ferreira do Zêzere. Leonel Rocha é um mestre deste instrumento, e passou a paixão a Bruno Gomes, o novo presidente da autarquia.
Um dia outro emigrante, Diogo, de Sacavém, com os copos partiu o seu acordeão. “Comprei-lho, aquilo miava por todos os lados. Comecei de volta dele nos tempos livres e ficou a tocar”. Quiseram-lho comprar por um valor muito mais elevado do que o tinha adquirido e Leonel percebeu que estava ali uma oportunidade de negócio. (...)
Visitou várias unidades e na Cooperativa de Stradella pediu se poderia ser o representante da marca em Portugal. “Abriram-me as portas, mas eu queria aprender sobre o processo de fabrico para depois poder dar assistência quando fosse preciso”. Assim, meteu baixa na fábrica da Alemanha e foi três semanas para Itália aprender o ofício. “Foi ali que aprendi tudo o que sei hoje”. Mas nada foi fácil: “Durante três anos ia para lá aos fins de semana pelo menos duas vezes por mês, tudo para aprender o ofício”. O objectivo era simples: para vingar em Portugal, tinha de saber mais do que os outros. Na famosa Fratelli Crosio aprendeu a afinar: “No final de tudo sabia construir acordeões de raiz”, e pode voltar a Portugal para trabalhar exclusivamente com acordeões. (...)
O processo de afinação é inacreditavelmente extenuante e exige dedicação e paciência que só o amor à arte permite ter. Leonel vai exemplificando como é feita enquanto pega numa pequena placa de ferro com uma banda de pele agarrada: “O som da placa a inserir no acordeão tem de coincidir com o som na placa de molde”. O problema é que o processo é feito peça a peça: “São 216 peças, afinadas de um lado e de outro, portanto são 432 afinações. Leva a primeira afinação antes da montagem e outra na conclusão do processo”, conta Leonel. No total são 864 operações de afinação por cada acordeão. (...)
Poderá ler a reportagem completa na edição em papel do Jornal Abarca, disponível nos postos de venda habituais.