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15 NOV 2021
OPINIÃO | "Basebol", por Nuno Pedro
Por Jornal Abarca

Num dos últimos domingos parei por Abrantes. Paragem obrigatória sempre que as minhas obrigações o permitem ou quando valores mais altos se levantam. Como foi o caso. E porque o vício continua intrínseco, tal como desde o primeiro dia em que a Cidade Desportiva começou a ser construída, em particular o Estádio Municipal, o périplo matinal não podia deixar de passar por uma casa que me diz tanto. Porque fez parte de um percurso de vida, de muitas das minhas vivências desportivas, mas sobretudo porque foram ali que se materializaram conquistas atrás de conquistas que catapultaram a Cidade de Abrantes para patamares nunca antes atingidos no contexto do futebol nacional – ressalvo que me estou a referir à cidade, jamais querendo colocar em causa aquilo que foi a projeção do Tramagal Sport União e Dragões de Alferrarede em tempos idos.

Sempre na expetativa de um qualquer jogo dos escalões de formação estar a acontecer, o que foi o caso, já que o Campo N.º 2 recebia a jornada inaugural do Campeonato Distrital de Juvenis da Associação de Futebol de Santarém, com a equipa do Sport Abrantes e Benfica a receber a sua congénere do Fátima. Um excelente jogo por sinal com a vitória a sorrir muito justamente aos abrantinos e em que um seu jogador de nome Rafa não deixou de me causar excelente impressão tal a qualidade que evidenciou, ao mesmo tempo que um som estridente vindo do campo de basebol ao lado não deixou de me despertar curiosidade. Ali se disputava igualmente um jogo da modalidade que leva ao rubro os americanos e outros povos daquele lado do mundo.

Amado por uns, odiado por outros, contestado ainda por muitos apenas por razões políticas, o que é facto é que a sua utilização para o fim a que foi destinado continua a ser uma realidade, independentemente da periodicidade com que acontece.

E é preciso recuar até ao ano de 2006, altura em que esta infraestrutura desportiva foi inaugurada, para se perceber aquilo que foi a minha opinião, como se isso contasse para alguma coisa, mas enquanto entender fazê-lo, seja sobre o que for, jamais deixarei de a emitir. Porque concordei com a edificação da mesma. Porque a ideia, o fundamento, que lhe estava subjacente, não passava pela sua exclusiva utilização para a prática do basebol, mas também permitir que os escalões lúdicos do futebol ali pudessem treinar, rentabilizando ao máximo aquele espaço. Como penso estar ainda a acontecer.

Talvez por isso, tenha dificuldade em perceber certos posicionamentos acerca desta matéria, os quais, permitam-me que vos diga, sendo legítimos, não deixam de causar estranheza. Contribuir para a desvalorização de um parque desportivo de excelência por dá cá aquela palha não é boa política. Mas isso são outros quinhentos.

O futebol da nossa região ficou mais pobre com o desaparecimento prematuro do Raúl Loureiro, para sempre Macena. Todos temos a perfeita noção que esse é o fim ao qual todos estamos destinados. Mas assim é injusto. Muito injusto. A toda a sua família, ao seu pai e irmão, manifesto o meu profundo pesar, na certeza de que os campos no céu ganharam mais uma estrela.  

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