Existem momentos nas nossas vidas que nos levam a questionar o porquê de algo acontecer. Connosco ou com os outros. Seja pelos melhores motivos ou em sentido contrário. O seu fundamento, a sua razão de ser. Porque tudo, por mais absurdo que se revele, tem uma explicação. A minha, a tua e a do outro. Por mais estrambólica que seja ou até recheada de enorme excentricidade. Porque há excêntricos. E iluminados. Gente dotada de uma capacidade criativa de fazer corar de vergonha os melhores argumentistas de Hollywood. De imaginarem qualquer coisa de novo. Que viajam a grande velocidade. Numa qualquer auto-estrada ou até mesmo num caminho de cabras. Porque têm pressa de chegar ao destino. Sabe-se lá o qual. Mas querem lá chegar. Mesmo que não olhem a meios para atingir os seus fins. Pessoas que são incapazes de se colocar na pele do outro. Que em nenhum momento conseguem discernir que, por atos e omissões, podem estar a condicionar ou prejudicar alguém.
E que por mais que nos esforcemos não os conseguimos evitar. Perseguem-nos. Qual lobo mau a querer comer a avozinha. Com talheres de prata e requintes de malvadez. De crueldade. Porque lhes está intrínseco. Faz parte da sua essência. São atores de uma peça de teatro mal encenada. Com público. Muito público. Como convém. Para o impacto ser maior. Junto de todos, mas em particular de quem querem lesar. Mas que o fazem. De forma consciente. Porque só querem tirar partido para si. Que entendem os outros como simples figurantes da tal peça que representaram. E que no extremo, levam-nos a perder a razão. Que não passam de comportamentos. Subscritos por uns. Felizmente poucos. Censurados por outros. Felizmente muitos.
Que nos fazem refletir. Parar. Para pensar. Se vale a pena. Nesta corrida que é a vida, cujo fim pode acontecer muito antes de se avistar a meta. Onde só chegam aqueles que são dignos de tal. Nem que por vezes o caminho fique a meio. Porque mais assim vale. Do que recorrer à trapaça. À mentira. A tangas. Porque ao invés do fio dental, ficam mais cobertos. Porque pouco mais que seja. Mas ficam.
PS: Aos que continuam a ter a coragem de não deixar a imprensa regional entrar no caminho no definhamento, aos leitores do jornal abarca e a todas e todos, em geral, formulo votos de Boas Festas e um Próspero Ano de 2022. De preferência libertos do maldito vírus.