As adversidades que cada um de nós tem vivido ou observado ao longo de mais um ano de incertezas exige um Natal ainda mais apaziguador. E isso depende apenas de mim.
Algures entre a minha essência e os que não habitam em mim, há um abismo quase tão distante como o futuro da palma da minha mão. Sem constrangimentos, porque a vida é mesmo assim. Não há códigos de conduta perfeitos, nem finais felizes eternos.
Ao mais céptico ofereço a palavra de Deus. Ao arrogante o tempo de crescer. Aos cruéis e maldicentes a capacidade de morder a língua e pensarem duas vezes antes de falar. Ao cachopo que engordou com o rei na barriga, dou-lhe a oportunidade de se apaziguar com as intempéries que provocou agradecendo, ainda assim, por me ter deixado à chuva para renascer com mais força.
O último mês do ano tem a proeza de conseguir deixar em banho-maria injustiças, preocupações, dilemas e conflitos armados.
Esta é mesmo uma época de esperança, que apela à união das famílias, ao respeito pelo próximo e à tentativa de juntar na mesma frase os verbos perdoar e esquecer.
Esqueçamos então por instantes a política e as politiquices e livre-nos Senhor de todos os radicalismos que privam a nossa vontade de estarmos em paz, no nosso cantinho, com os nossos.
Não há neve na cidade, mas temos a geada como pretexto para acender lareiras físicas ou virtuais. Se o Pai Natal não aparecer, teremos sempre o presépio e as luzes a piscar na árvore que ainda está por montar.
Como diz a música, o inglês fica sempre bem. Sejamos audazes e desejemos:
Merry Christmas for all!!!