O momento em que redigo estas palavras coincidem precisamente com o eclodir da guerra em território ucraniano. De madrugada, como habitualmente o faço. Obstinação de que não abdico. Tal como as guerras. Começam de noite. Para surpreender o suposto opositor. Como se esse existisse. Bombardeamentos atrás de bombardeamentos. Com alvos específicos. De forma a limitar a reação. De quem não quer reagir. De quem foi provocado, humilhado, na sua própria “casa”. Atos perpetrados por quem se quer arvorar em restaurar um império, outrora existente e que se estendia por vários continentes. Suportados em argumentos ignóbeis, que visam apenas violar a soberania de um povo. Anexá-lo. Subjugá-lo. Que começou por ser um bluff. Que deixou de o ser. Como esta madrugada de 24 de fevereiro o confirmou.
Para muitos, estamos perante o indício de mais uma guerra. Mundial. A terceira. Pensada, muito bem pensada. Por quem a provocou. Qual prática reiterada. Vide o exemplo mais recente da Crimeia. Ou da Finlândia. Em tempos idos. Com muita desinformação. Falsidades. Como interessa. A alguns. Nem que para isso um genocídio tenha que suceder. Sob um pretexto. Da desmilitarização. Com muitas baixas. Civis e militares.
Os defensores de pacotes de sanções à Rússia erguem a voz. Que se ataque os seus setores estratégicos. Bloqueando-os. Seja economicamente. Até ao nível informático. Como merecem. De forma implacável. E assim se evite uma tragédia à escala global. Ou não.
Sabemos que a vontade de um líder, nem sempre é secundada pelo seu povo. Acredito que assim seja com o povo russo. Que acabará igualmente por ser sacrificado.
Uma realidade penosa. Para todos. Com efeitos. Muitos. Diretos. Colaterais. Inimagináveis e que só o futuro permitirá avaliar. Se houver futuro. E que por mais incrível que seja, consegue ter defensores no nosso país. Pregoeiros de uma verdade que só eles conseguem avistar. Fundamentada em doutrinas miseráveis. Mas que patrocinam. Até ao dia em que a fome lhes bata à porta. Felizmente, estão em processo de descaminho. É a lei da vida. Tudo tem um fim.
E no meio deste paradigma onde fica o futebol? Como o italiano Arrigo Sacchi nos ensinou “o futebol é apenas a coisa mais importante de entre as coisas menos importantes”.